Contas feitas aos impostos
cobrados diretamente pelas câmaras, sobra uma conclusão: entre as que optam por
cobrar as taxas de imposto mais altas, quer do IMI quer da derrama de IRC, a
maioria é desde 2013 gerida por socialistas. Das câmaras que cobram IMI mais
elevado (29), mais de metade (16) são do PS e, quanto à derrama do IRC, são 70
das 139 com derrama a 1,5%.
Neste lote de câmaras com
impostos municipais mais elevados estão alguns dos bastiões socialistas:
Portimão e Vila do Conde (nos dois impostos) ou Lisboa, Amadora, Guimarães,
Leiria ou Odivelas (no caso da derrama do IRC). As taxas de imposto a aplicar
são por norma decididas pelas autarquias na aprovação do Orçamento no final do
ano e no ano passado houve eleições autárquicas, pelo que é necessário
salientar que, apesar da maioria das câmaras com impostos mais elevados ser
agora do PS, 31 mudaram de cor em Outubro (cinco no caso do IMI, 26 no caso do
IRC). Acontece que o contrário também aconteceu: 12 câmaras que eram
socialistas mudaram de cor e os atuais autarcas decidiram não mexer nas taxas
que eram aplicadas pelos executivos anteriores.
De acordo com as contas feitas
pelo Observador com base nos dados presentes no Portal de Transparência
Municipal, o novo site com dados sobre autarquias que foi lançado esta semana
pelo Governo, há também oito municípios PSD que optam pela taxa máxima de IMI,
0,5% do valor patrimonial do imóvel. Entre eles, Santarém e duas câmaras do
Algarve com grande concentração de imóveis: Vila Real de Santo António e Albufeira.
As restantes: duas coligação PSD/CDS, duas CDU e Porto Santo, coligação entre o
PS e vários partidos.
Mais de um terço sem derrama
No que à derrama do IRC diz
respeito, mais de um terço dos municípios (110) opta por usar este imposto para
beneficiar a colocação de empresas. Ou seja, abdica da derrama de IRC, que mais
não é do que uma taxa adicional de IRC que reverte na sua totalidade a favor do
município onde está sedeada a empresa.
A grande maioria destes
municípios que opta por não cobrar a derrama de IRC é do interior, zonas do
país com poucas empresas onde a taxa adicional poderia afetar mais as pequenas
e médias empresas e não levar muita receita para os cofres do município. Além
disso, é usada como benefício fiscal em concorrência com município com
caraterísticas semelhantes.
No extremo oposto, com derrama a
1,5%, estão 139 autarquias, a maioria em distritos como Lisboa, Coimbra,
Aveiro, Porto e Braga. Destas, 70 são do PS, 40 PSD ou coligação e 24 das 34
câmaras do PCP e cinco independentes.
Estes dados contam ainda com as autarquias que, por estarem em dificuldades financeiras, tiveram de recorrer ao Programa de Apoio à Economia Local e como tal são obrigadas a não abdicar de qualquer receita com impostos fiscais.
Enviado por D.P.
Estes dados contam ainda com as autarquias que, por estarem em dificuldades financeiras, tiveram de recorrer ao Programa de Apoio à Economia Local e como tal são obrigadas a não abdicar de qualquer receita com impostos fiscais.
Enviado por D.P.
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