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sexta-feira, 17 de julho de 2015

Permitam que os Vereadores (TPA + PS) digam ao menos “Boa Noite” aos Deputados Municipais e ao público presente na Assembleia


Os Vereadores Francisco Cunha (TPA) e Pedro Gaspar (PS)  não podem dizer nada na Assembleia Municipal de Alpiarça porque ninguém os interroga!

Por: M. Ramos

O autor do escrito sobre a Assembleia Municipal Extraordinária, tem todo o direito de expressar a sua opinião, que será certamente a opinião da maioria dos cidadãos conscientes, enquanto contribuintes e pagadores dos ordenados dos políticos e despesas administrativas fúteis.
Em boa hora, o autor teve o cuidado de, por via das dúvidas, em 21 elementos colocar um ponto de interrogação (?) no número de eleitos a receber o "Pré Extraordinário" pago (desnecessariamente, segundo alguns críticos entendidos na arte) com o dinheiro dos nossos impostos. Em princípio serão 24, os eleitos com direito ao Pré, recebendo cada um o estipulado por lei e de acordo com a hierarquia do órgão municipal, tendo em conta os habitantes do município. É evidente que nenhum dos eleitos irá enriquecer com os euros aqui auferidos em forma subsidiária mas, quando se trata de retirar alguma coisa de onde há pouco a diferença pode ser muita.
Agora, saindo um pouco da avareza ou não de toda esta história, há aqui um facto no processo que eu acho curioso e me faz lembrar uma passagem bem-humorada, com algumas décadas, que os “cotas”, como eu, se lembrarão:
À época havia um programa chamado Museu do Cinema (que nos deliciou a todos durante muitos anos) na RTP, ainda a preto e branco como é imaginável, cujo autor e apresentador era António Lopes Ribeiro, produtor cinematográfico, argumentista de televisão, jornalista, crítico de cinema e mais umas quantas actividades, coadjuvado no citado programa pelo seu amigo e pianista maestro António Melo, cuja missão era fazer o acompanhamento musical das cenas ainda longe das bandas sonoras de hoje. O programa trouxe-nos a época de ouro do cinema mudo com Charlie Chaplin, irmãos Lumière, Aurélio Paz dos Reis, o célebre Max Linder e tantos outros talentos do começo da sétima arte.
A dada altura (o programa esteve cerca de 13 anos no ar) um telespectador envia uma carta a Lopes Ribeiro a perguntar por que razão o António Melo não falava, já que em todos os programas apenas o ouvíamos com grande cerimónia a tocar piano fazendo o enquadramento musical da cena e, no final do programa, uma simples vénia de despedida até ao próximo programa.
Então, Lopes Ribeiro esclareceu o telespectador, dizendo que quando contratou o António Melo para o programa era para o maestro tocar enquanto ele (Lopes Ribeiro) falava! A verdade é que a partir daí e no final de cada programa, Lopes Ribeiro dizia para o maestro: Vá lá António, despede-te dos telespectadores!... E o Maestro dizia: “Boa Note!”
Os Vereadores Francisco Cunha (TPA) e Pedro Gaspar (PS) estão numa situação mais constrangedora do que aquela do maestro António Melo. É que eles não podem dizer nada na Assembleia Municipal de Alpiarça! Ninguém os interroga! Ninguém os chama a pronunciarem-se sobre qualquer matéria! Estão ali condenados ao silêncio por embirração política, segundo dizem. Não foram eles também eleitos por vontade de uma parte considerável da população? Segundo o regimento os vereadores não se podem pronunciar, a menos que o presidente da câmara os chame a dizer alguma coisa com a devida autorização do Presidente da mesa da Assembleia (o que parece improvável) ou então que invoquem a defesa da honra prevista no regimento, caso haja motivo para tal e o presidente da mesa lhes autorize o uso da palavra.
Senhor presidente da Câmara, Senhor presidente da Assembleia Municipal, permitam pelo menos que os vereadores da oposição à CDU do município de Alpiarça justifiquem as senhas de presença que os contribuintes lhes estão a pagar! Permitam que os Vereadores, digam ao menos “Boa Noite” aos Deputados Municipais e ao público presente na Assembleia. Não será certamente demais, nem irá contra os cânones da ortodoxia regimental.
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9 comentários:

Anónimo disse...

Duvido que alguma vez venha a ser dada a palavra aos vereadores da oposição na assembleia municipal. Agora que quem escreve o texto domina a escrita e a narrativa e sabe o que diz, não tenho dúvidas.

Anónimo disse...

É um fato que a ditadura CDU, sob capa democrática, também se sente na Assembleia Municipal com a lei da rolha ferreamente imposta aos vereadores da oposição, que em nenhuma circunstância estão autorizados a exercer o direito constitucional da Liberdade de Expressão e Opinião.
Pior, mesmo se humilhados ou enxovalhados na Assembleia Municipal, apenas têm direito à metafórica "defesa da honra" no final da assembleia, lá por volta das 3 ou 4 da manhã.
Esta ditadura é tão ignóbil, que estes 2 vereadores, nem tão pouco estão autorizados a usar da palavra como meros munícipes no periodo destinado ao público. Ou seja, 2 eleitos que representam muitas centenas de munícipes que os elegeram, estão proibidos de usar da palavra com apenas um deles.
Em conclusão neste pântano democrático em que vivemos, vereador da oposição em Assembleia Municipal tem estatuto abaixo de cão, felizmente apenas só até 2017, quando a democracia regressar a Alpiarça.

Anónimo disse...

Este comentário merece ser emoldurado para memória futura. Parabéns ao autor que muito sabe e de uma forma brilhante demonstra que a censura em democracia ainda existe "legalmente".
Parabéns pelo excelente texto!

Anónimo disse...

Anda aqui uma grande confusão.
Ou este autor do post está cá há pouco tempo e não sabe nada de nada ou sabe e nesse caso é desonesto. Os vereadores só falam se o presidente da câmara entender que devem, porque uma razão muito simples. Quem representa a câmara que está a ser fiscalizada na assembleia municipal é o presidente da câmara, logo é ele que tem que falar e responder. É preciso fazer um desenho? Se querem falar, primeiro têm que ser eleitos presidentes. Façam por isso de uma forma digna e não como têm feito. Quando o actual presidente era vereador já passou por essa situação e estava lá calado, RESPEITANDO A DEMOCRACIA, e falava nas reuniões de câmara, nessas sim, onde é suposto fazê-lo. E mesmo aí fazia-o com respeito e não como vemos agora uns aprendizes de políticos. Nunca ouvi o actual presidente ou a CDU, nessa altura, queixar-se dessa regra. Formas diferentes de fazer política, respeitando a escolha do povo. Quem não pensa assim é que é anti-democrático. Pessoas que pensam que estão num quartel a falar com os soldados rasos. Idiotas! Básicos! Ignorantes! Tantos outros adjectivos que podia usar...

Anónimo disse...

Permita dizer-lhe senhor comentarista das 23:48, e repare que não tenho nada a ver com esta guerra, que quando diz "Ou este autor do post está cá há pouco tempo e não sabe nada de nada ou sabe e nesse caso é desonesto." e depois outras veleidades de lana caprina, o senhor demonstra pouca instrução, não percebeu nada daquilo que o autor do post escreveu, está nervoso ou o texto é demasiado "pesado" para o seu raciocínio. Tenha termos de gente se nos quiser fazer esse favor.
Tenha também um bom dia.

Jornal Alpiarcense disse...

Caro comentarista H. Abalada verifique os erros e depois envie-nos novamente o texto.
Não é por nada mas o funcionário que modera os comentários entrou em greve por ter ordenados em atraso e como não temos quem o substitua....

Anónimo disse...

Apenas uma aparte.
É falso que os vereadores da CDU quando na aposição estavam proibidos de falar na Assembleia Municipal quando pretendiam, conforme agora se verifica com o PS e TPA. Como mero exemplo para aliviar a amnésia antidemocratica vigente sugiro que consultem as atas das sessões onde (por exemplo)o vereador Arraiolos falou inúmeras vezes sempre que solicitou na presidencia PS na autarquia.

Anónimo disse...

Quer se goste ou não goste, há um regimento votado e aprovado. É natural que vereadores sem pelouro ou responsabilidades atribuídas não tenham respostas para dar ás bancadas ou ao público, por essa razão não serem solicitados para tal. só em Alpiarça é que é um bicho de sete cabeças. Não basta ser, tem que se parecer, tal e qual a mulher de César. Se os ditos vereadores se sentem desrespeitados, em vez de birrinhas e amuadelas, deveriam adotar uma postura digna de serem respeitados. Se não respeitam a assembleia, pelos menos respeitem as pessoas de bem que votaram neles. Não sei a profissão certa dos srs vereadores mas quem assiste com assiduídade ás assembleias deve julgar que são pianistas, pois a passam a noite a teclar, um no PC e o outro no telemovel sem ligar patavina ao que se passa, mas se estivermos atentos reparamos que de vez em quando interrompem o teclar para trocar um sorriso matreiro, ou trocar um olhar cúmplice, mas o que mais me comove é aqueles segredinhos que deixam adivinhar uma futura união de fato cheia de promessas. Não se devem esquecer que provavelmente poderão não ser convidados para a boda.

Anónimo disse...

"Não sei a profissão certa dos srs vereadores mas quem assiste com assiduídade ás assembleias deve julgar que são pianistas, pois passam a noite a teclar...a trocar sorrisos matreiros de cumplicidade...segredinhos..."

Não foi sugerido na Assembleia a profissão de "Palhaço" para animar criancinhas nos hospitais, para alguns dos eleitos, por um deputado que, às vezes o é outras não, que até consegue elogiar o executivo do qual ele é assessor e faz parte? Um autêntitico padre da Galiza que "Faz e Baptiza!" Será que isto é respeitar os eleitos,a Assembleia e o público presente?