Carolina aprendeu com a professora que há crise porque se gastou
dinheiro a mais no passado. Afonso sabe que agora não pode receber
tantas prendas porque tem de se poupar. Bárbara ouve os pais dizerem que
estamos em crise e diz que o Governo “às vezes” faz coisas más, como
aumentar os combustíveis e cortar os salários. Têm oito anos, são amigos
e conheceram hoje um ministro das Finanças que conta histórias de
ursos, enxames de abelhas furiosas e mil potes de mel. Para miúdos de
esquerda e de direita.
Habituado aos confrontos parlamentares, Vítor Gaspar enfrentou
hoje com naturalidade uma plateia de duas dezenas de crianças, numa loja
da Bertrand em Lisboa. A tarefa? Apresentar o livro “A crise explicada
às crianças”, de João Miguel Tavares e Nuno Saraiva. Em duas versões
ideológicas e políticas: quem é de direita começa a ler o livro por um
lado e quem é de esquerda por outro.
Num caso como no outro, os protagonistas são os mesmos – um urso gordo (o défice) e um enxame de abelhas (os mercados). Variam as explicações sobre a origem da crise. “Há sempre um oceano de histórias”, lembrou Vítor Gaspar que, sem querer, acabou por confundir as versões da esquerda e da direita durante a apresentação. “Nas melhores histórias há sempre gralhas”, brincou, explicando mais tarde que aceitou o convite de apresentar o livro porque este ter essa “pluralidade de histórias”. Sentado entre o colunista do Correio da Manhã João Miguel Tavares (o representante da direita) e o ilustrador Nuno Saraiva (representante da esquerda), Vítor Gaspar não foi poupado a piadas dos próprios autores. João Miguel Tavares agradeceu ao ministro a “amabilidade de ter interrompido o combate do urso” e citou mesmo um comentário deixado nas redes sociais: “Quando o senhor ministro acabar de explicar a crise às crianças, já estas serão adolescentes”.
O ministro riu-se, elogiou uma vez mais ao livro e só desfez o sorriso quando um jornalista lhe pediu para explicar o desemprego às crianças. “Deixe-me por favor obter o meu autógrafo”, respondeu. O ilustrador de esquerda fez-lhe a vontade e desenhou um urso (o défice) com ar vitorioso, a quem as abelhas (os mercados) voltam a dar potes de mel (dinheiro). Gaspar saiu com o livro debaixo do braço e acompanhado da mensagem que tinha deixado minutos antes à plateia: “a imaginação não tem qualquer espécie de limite”.
Num caso como no outro, os protagonistas são os mesmos – um urso gordo (o défice) e um enxame de abelhas (os mercados). Variam as explicações sobre a origem da crise. “Há sempre um oceano de histórias”, lembrou Vítor Gaspar que, sem querer, acabou por confundir as versões da esquerda e da direita durante a apresentação. “Nas melhores histórias há sempre gralhas”, brincou, explicando mais tarde que aceitou o convite de apresentar o livro porque este ter essa “pluralidade de histórias”. Sentado entre o colunista do Correio da Manhã João Miguel Tavares (o representante da direita) e o ilustrador Nuno Saraiva (representante da esquerda), Vítor Gaspar não foi poupado a piadas dos próprios autores. João Miguel Tavares agradeceu ao ministro a “amabilidade de ter interrompido o combate do urso” e citou mesmo um comentário deixado nas redes sociais: “Quando o senhor ministro acabar de explicar a crise às crianças, já estas serão adolescentes”.
O ministro riu-se, elogiou uma vez mais ao livro e só desfez o sorriso quando um jornalista lhe pediu para explicar o desemprego às crianças. “Deixe-me por favor obter o meu autógrafo”, respondeu. O ilustrador de esquerda fez-lhe a vontade e desenhou um urso (o défice) com ar vitorioso, a quem as abelhas (os mercados) voltam a dar potes de mel (dinheiro). Gaspar saiu com o livro debaixo do braço e acompanhado da mensagem que tinha deixado minutos antes à plateia: “a imaginação não tem qualquer espécie de limite”.
«In Publico»
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