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domingo, 13 de maio de 2012

O primeiro-ministro, o desemprego e a falta de senso


O primeiro-ministro considerou esta sexta-feira que o desemprego pode ser «uma oportunidade para mudar de vida» e não tem de ser visto como negativo.
Desde a ditadura, onde a casa era o mundo da mulher, que não havia tantos portugueses com oportunidade de mudar de vida, mas jamais, nem o atual inquilino de Belém, que não prima pela sensibilidade, manifestou tamanha indiferença pelo drama que todos os dias se agrava e já ultrapassa 15% dos portugueses.
Talvez seja a animosidade contra os políticos e a inveja por quaisquer privilégios da função que conduziram Portugal a este estado e o Governo a este elenco.
Podem as circunstâncias internacionais e o histórico atraso de país periférico dificultar a recuperação económica que permita erradicar a chaga do desemprego em Portugal, mas não podem permitir ao PM estagiário manifestar pela vida das pessoas o apego de um elefante pelos cristais.
Não se trata de mera incompetência para gerir um país, de incapacidade para resolver os problemas do desemprego ou de insensibilidade para avaliar o desespero de numerosas famílias, trata-se da mais despudorada humilhação a quem procura um lugar em que se sinta útil e que lhe permita angariar meios de subsistência.
Pode pensar-se que, à falta de preparação para o cargo, Passos Coelho alia uma absoluta incapacidade para comunicar, mas começa a ser claro que estas frases, associadas ao conselho aos jovens para emigrarem, revelam um extremismo ideológico que faz parte da agenda ultraliberal do partido que se disfarça sob o nome de social-democrata.
Se a deriva reacionária deste Governo não for parada a tempo não é o destino da Grécia que nos espera, é uma experiência chilena que espreita.
C.E.

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