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domingo, 20 de maio de 2012

Solidariedade e apoio aos idosos


Autoria da Doutora Antoniet Dias
 Saúde, uma prioridade em Portugal
Solidariedade e apoio aos idosos.
Este ano, deveria ser um marco histórico para a terceira idade. 

Tendo em conta a determinação do Parlamento Europeu que aprovou 2012 como o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações, estamos todos na expectativa, de ver criadas, e incentivadas,  medidas que demonstrem claramente, a vontade política de considerar o Ano de 2012, como um ano marcado por mudanças e por reformas estruturais que sirvam os interesses deste grupo, e que vão de encontro às necessidades sentidas e vivenciadas pelos idosos.
Porém, decorridos cerca de cinco meses, ainda não se vislumbram alterações sustentáveis e mediáticas, para se acreditar, no interesse político neste sector.
Os números de idosos existentes em Portugal, revelados pelo INE, são de tal forma preocupantes, que independentemente de 2012, ser uma referência importante para a terceira idade, deverá servir sobretudo para desencadear, ações e   criar condições que permitam dar  dignidade vivencial adequada e adaptada às exigências específicas deste grupo populacional.
Não serão apenas, as conferências, ou os “slogans”alusivos às determinações europeias, que irão dar continuidade aos projetos sonhados pelos idosos, mas, sim as ações que se venham  a desenvolver de forma a colmatar as deficiências e que se traduzam como excelentes  soluções, para a concretização destes objetivos.
As projeções do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que o número de idosos (mais de 65 anos) atingirá, em Portugal, a marca de 2,95 milhões em 2050, mais um milhão do que em 2005 (1,78 milhão) e 2006 (1,82 milhão).
Prevê-se que em 2046, haverá 238 idosos por cada 100 jovens, o dobro dos valores atuais (112 para 100). Ainda de acordo com as projeções do INE, em 2046 a proporção de população jovem reduzir-se-á 13% e a população idosa aumentará dos atuais 17,2% para 31%.
Neste cenário, agravar-se-á o processo de envelhecimento da população portuguesa expresso no índice de envelhecimento, que é hoje de 112 idosos por cada 100 jovens e em 2046 será de 238 pessoas com mais de 65 anos por cada 100 até aos 14 anos.
De acordo com este números, Portugal será dos países europeus, aquele, que mais necessitará de criar redes e instituições sociais, sólidas, em que o exercício de uma política social, que estabeleça a modernização do aparelho administrativo e o estabelecimento dos direitos de cidadania, com modelos de regulação social permeáveis ao desenvolvimento de políticas sociais consistentes,  que passará necessariamente pela criação de instituições públicas ou privadas,  que permitam a manutenção de mecanismos de suporte social, com base na solidariedade familiar  e comunitária que facilitem e sustentem a precaridade e crise económica, dos idosos, de forma a que  a cobertura desta franja populacional, seja protegida.
Na impossibilidade de ser apoiado pela família, o idosos, ao ser institucionalizada, necessita obviamente de ser tratado com dignidade.
Importa, contudo referir que o papel das redes sociais no acesso aos cuidados de saúde, exige um modelo complexo de investimentos, de fácil acesso e com recursos disponíveis adaptados, suficientes e de qualidade, onde seja possível a entreajuda com base nos laços de parentesco, e de vizinhança, onde o contributo da família para o bem estar dos idosos se enquadre numa parceria de trocados de serviços, de forma a produzir bem estar e a criar laços fortes entre a família o idoso e o Estado.
É urgente criar uma  rede nacional de apoio à terceira idade, que integre, os idosos na comunidade, e os faça sentir ainda úteis e importantes, onde o contributo da sua experiência vivenciada se torne essencial para as gerações mais jovens.
Para manter um envelhecimentos ativo, é necessário criar condições para que esse projeto seja viável.
Isto passa necessariamente pelo acesso às Universidades Sénior, pela integração do idoso na comunidade e pela sua participação ativa nos projetos  desenvolvidos ou a desenvolver na área territorial onde se encontra a residir.
Acresce, ainda referir que a REDE NACIONAL DE CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS, criada pelo Decreto de Lei nº 101/2006,de 06 de Junho, no âmbito dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Solidariedade Social, necessita de ser alargada, pois não consegue dar resposta às inúmeras solicitações que a ela acorrem.
Esta REDE  procura ser um modelo de intervenção integrado e ou articulado da saúde e da segurança social, de natureza preventiva, recuperadora e paliativa, envolvendo a participação e colaboração de diversos parceiros sociais, a sociedade civil e o Estado como principal incentivador.”
Promover a funcionalidade, prevenindo, reduzindo e adiando as incapacidades, constitui uma das políticas sociais que mais pode contribuir para a qualidade de vida e para a consolidação de uma sociedade mais justa e solidária.”
Não podemos permitir, que esta rede seja prejudicada, ou minimizada, pelo constrangimento económico, que abala de forma assustadora o País.
Apoiar e integrar os idosos carenciados é uma obrigação do Estado.”

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