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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Os bancos portugueses também pagam a crise?

Do empréstimo de 78 mil milhões de euros, que será pago pelos contribuintes portugueses ao longo da década, é à partida destinada aos bancos. Os seus acionistas ficam assim dispensados de reforçar o capital, recorrendo aos dividendos fabulosos que receberam ao longo dos anos, e o primeiro-ministro já avisou que a presença do Estado na administração dos bancos que recorrerem aos 12 mil milhões da troika será "silenciosa". Ou seja, o Estado entra com o capital, mas abdica de ter uma palavra a dizer sobre a gestão do banco.

Passos Coelho concretizou ainda a passagem dos fundos de pensões dos bancos para o Estado, uma velha pretensão dos banqueiros que é feita em condições que mais uma vez os favorecem só a eles. Este foi o maior negócio de transferência de fundos de pensões no país, avaliado em 6 mil milhões de euros, e foi intermediado por uma empresa do grupo de um dos principais beneficiados, o Banco Espírito Santo Investimento. Na prática, cerca de um terço deste valor irá regressar aos cofres dos bancos e a banca irá beneficiar de deduções fiscais nos próximos 20 anos enquanto o conjunto do país paga mais em sacrifícios nos salários e impostos.

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