O capitalismo, proclamado o sistema mais apropriado para desenvolver os
países, afinal já se tornou evidente que não é bem assim. Tem de sofrer
grandes aperfeiçoamentos para se manter como o menos mau dos sistemas
económicos, se ainda for a tempo de se salvar.
O capitalismo domina o mundo mas também o perverte na medida em que sua acção corrói os fundamentos da estabilidade internacional.
A sobrevivência das poderosas corporações é feita à base de intervenções que atacam a fibra das economias de muitos países. Partindo de uma posição de força e com o apoio de seus governos assiste-se a uma transferência geográfica de fábricas num esforço para aproveitar condições e ambientes que garantam maiores lucros. A mão-de-obra barata e o relaxamento legislativo, a inexistência de constrangimentos ao nível de leis ambientais, a possibilidade de exportação de capitais assegurada levaram a que a maioria das mais poderosas corporações industriais se instalasse na Ásia e em alguns “paraísos” africanos. Os seus lucros de facto cresceram mas isso teve reflexos inesperados pela negativa. O desenvolvimento dos países receptores de investimentos industriais no domínio das tecnologias de informação e comunicação é notável e o sucesso de alguns como a Coreia do Sul é apreciável.
Onde os investimentos foram feitos na indústria extractiva de minerais, carvão, petróleo há rasto pesado de retrocessos políticos e económicos.
Relações económicas e financeiras estabelecidas na base de acordos pouco transparentes viu-se toda uma série de grandes empresas como a Shell, BP, ExxonMobil Total, ENI invadirem tudo o que seja lugar a procura de petróleo e gás. Regimes políticos pouco democráticos aceitaram acordos claramente desfavoráveis a troco de parte das receitas sem terem em conta, nem o valor de mercado dos produtos explorados, nem os interesses de milhões de seus cidadãos.
Para que no ocidente se consuma cada vez mais a maioria dos habitantes da outra parte do mundo tem sido submetida a condições desumanas.
Quem por exemplo percorre urbes africanas onde exista uma população muçulmana, pode verificar em todas as sextas-feiras, uma marca inconfundível da miséria atroz em que vivem muitas pessoas. Filas intermináveis de pedintes assaltam passeios e posicionam-se em frente de estabelecimentos comerciais pertencentes a pessoas de fé islâmica – normalmente bem sucedidas nos negócios – esperando por um pedaço de pão. Mas estas urbes estão em países que exportam gás, petróleo, ouro, carvão, cobre, madeira, pescado.
Então o que está errado? O capitalismo traz e produz desenvolvimento desequilibrado? As crises financeiras que afectam os países são um produto directo de uma forma de relacionamento desigual e injusta? Para que se viva bem no ocidente isso tem de acontecer à custa do sacrifício do resto do mundo?
Noticia relacionada: O capitalismo domina o mundo mas também o perverte na medida em que sua acção corrói os fundamentos da estabilidade internacional.
A sobrevivência das poderosas corporações é feita à base de intervenções que atacam a fibra das economias de muitos países. Partindo de uma posição de força e com o apoio de seus governos assiste-se a uma transferência geográfica de fábricas num esforço para aproveitar condições e ambientes que garantam maiores lucros. A mão-de-obra barata e o relaxamento legislativo, a inexistência de constrangimentos ao nível de leis ambientais, a possibilidade de exportação de capitais assegurada levaram a que a maioria das mais poderosas corporações industriais se instalasse na Ásia e em alguns “paraísos” africanos. Os seus lucros de facto cresceram mas isso teve reflexos inesperados pela negativa. O desenvolvimento dos países receptores de investimentos industriais no domínio das tecnologias de informação e comunicação é notável e o sucesso de alguns como a Coreia do Sul é apreciável.
Onde os investimentos foram feitos na indústria extractiva de minerais, carvão, petróleo há rasto pesado de retrocessos políticos e económicos.
Relações económicas e financeiras estabelecidas na base de acordos pouco transparentes viu-se toda uma série de grandes empresas como a Shell, BP, ExxonMobil Total, ENI invadirem tudo o que seja lugar a procura de petróleo e gás. Regimes políticos pouco democráticos aceitaram acordos claramente desfavoráveis a troco de parte das receitas sem terem em conta, nem o valor de mercado dos produtos explorados, nem os interesses de milhões de seus cidadãos.
Para que no ocidente se consuma cada vez mais a maioria dos habitantes da outra parte do mundo tem sido submetida a condições desumanas.
Quem por exemplo percorre urbes africanas onde exista uma população muçulmana, pode verificar em todas as sextas-feiras, uma marca inconfundível da miséria atroz em que vivem muitas pessoas. Filas intermináveis de pedintes assaltam passeios e posicionam-se em frente de estabelecimentos comerciais pertencentes a pessoas de fé islâmica – normalmente bem sucedidas nos negócios – esperando por um pedaço de pão. Mas estas urbes estão em países que exportam gás, petróleo, ouro, carvão, cobre, madeira, pescado.
Então o que está errado? O capitalismo traz e produz desenvolvimento desequilibrado? As crises financeiras que afectam os países são um produto directo de uma forma de relacionamento desigual e injusta? Para que se viva bem no ocidente isso tem de acontecer à custa do sacrifício do resto do mundo?
"A verdade é que todos os modelos socialistas falha...":
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