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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Os políticos são todos uns tolos


Mariana Teixeira

O Jornal Alpiarcense convidou-me para escrever umas dicas sempre que possa. Aceitei e vou fazê-lo com todo o prazer. Mas informei o administrador que não sou nenhuma escriba profissional. Às vezes no que escrevo em casa até costumo dar umas argoladas. Informou-me que houve um grande escritor que disse «os erros pouco interessam. O importante é que continuem a ler».
Sempre que possa, porque mesmo estando sem fazer nada vale mais escrever umas palavritas do que andar por aí a roçar as costas nas esquinas das casas ou ter que ouvir aqueles, que como eu não fazem nada mas que levam os dias todos a dizer mal daqueles que fazem alguma coisa
Como o Governo e as entidades patronais entendem que não devo trabalhar porque me pagam para nada fazer, só me resta de tempos a tempos esperar pela “amostra de carta” onde me informam que devo continuar a esperar por «melhores dias» porque nos dias que correm o melhor que há a fazer é esperar por algum artola que me dê emprego e assim o Estado deixa de ter mais uma desempregada.
Acreditem que esta situação também é desesperante. O que vale é que não tenho encargos por aí além (uns cigarritos… um cafezito…uma “Maria”…). Como vivo recentemente em casa de uma familiar em Alpiarça e porque: quer queira quer não tenho que gramar com as conversas da vizinhança, então vou sabendo quase tudo o que se passa por estas bandas. E quando a vizinhança não tens novidades para dizer à Mariana ou porque não diz por eu desconhecer “fulano ou beltrano” até tenho a impressão que inventam coisas do arco-da-velha.
Aconselharam-me a frequentar o meio social alpiarcense indicando-me que para saber outras coisas mais o melhor era passar as manhãs no “Águias” onde tudo se sabe sem se dizer mal de ninguém. Como é um meio não indicado para a minha pessoa que ainda por cima sou uma espécie de «estrangeira» cá no sitío, poderia criar situações semelhantes de ser “espião das finanças” ou “ alguma romena” visto que tenho aspecto de ser de um qualquer país menos aquele em que nasci, Portugal. Mas deve-se a uma razão este meu perfil. Meu pai era árabe e minha mãe francesa, daqui, talvez, a minha pele ser a puxar para o «moreno». Até já me perguntaram se era «cigana» por o meu cabelo ser muito preto.
A vizinhança do “Ineia” é boa gente mas…há cada uma!..
Sempre gostei de politica não como activa mas como passiva. Sempre gostei de andar bem informada porque quando vou votar gosto de saber em quem voto. Até uns tempos a esta parte, ainda acreditava neste ou naquele, mas confesso que ultimamente já não acredito em quem quer que seja (os políticos) porque acho que são todos os líricos, isto é só falam mas nada fazem. São pessoas capazes de me prometerem uma viagem a Cuba para levar a minha avó a tirar cataratas que têm nos olhos. O suficiente para quando vai à cabeleireira (a Rosa) e se senta no sofá esperando pela sua vez acaba sempre por estar a ler a revista (do tempo da Maria Cachucha. Às vezes pergunto a mim própria porque estas profissionais não tem a informação actualizada) de pernas para o ar. Não fosse eu que lhe dissesse que a cabeça de Lili Caneças estava para baixo ainda era capaz de exclamar para as outras clientes que a «Lili tinha os olhos de chinês».
Levá-la a Cuba…mas será mesmo assim sem pagar nada? Pena minha porque quem lá tem ido (para vergonha da Saúde neste país) vive lá para os “Algarves” e não consigo saber mais informações.
Em tempo fui até à Câmara para saber os dias e horas das reuniões a fim de ouvir os discursos que o pessoal apresenta para todos ouvirem. Informaram-me que «nem todas as reuniões é permitido o uso da palavra a terceiros mas sim a que está determinada» Não me disse qual por não se lembrar. Fiquei decepcionada porque sempre pensei que podia ir a todas as reuniões.
Agradeci a quem me informou e sai para a rua. Ri-me de mim própria. «Então Mariana, ainda acreditavas que para estares actualizada com as decisões dos políticos e saberes outras coisas do concelho podias sentar-te nas cadeiras da sala dos eleitos? Nem penses nisso. Só lá entras quando eles entenderem».
Boa!.
Não posso assistir a todas as reuniões da Câmara? Eu que tenho todo o tempo de mundo e ando por aí às vezes como uma «descaída» e agora impedem-me de poder ouvir e assistir nos debates que mais não são do que os problemas do concelho?
Esconderão alguma coisa de nós, planeiam algum golpe de estado? Até sei porque o meu primo Inácio me disse, que quando «eles discutem as coisas para aprovação, nós, o povo não podemos intervir nem mandar “bocas” mesmo que saibamos que aquilo que eles discutem ou aprovaram é tudo uma chachada».
Estranho esta decisão? Logo eu que andava com ideias de começar a interessar-me pelas coisas de Alpiarça.
Deus me livre de me meter na política ou com os políticos, mas bolas….daqui a poucos meses há eleições e quero conhecer mais de perto como os políticos de cada partido defendem as suas ideias e os interesses do concelho.
Assim e conforme a decisão deles e com o silêncio de quem vota quando chegar a hora da verdade…estou às cegas ou então tenho que acreditar no blá-blá deles (aqui para nós: coisa que eles até sabem melhor do que ninguém).
Até final do Verão passado quando estive de férias na “Praia do Patacão” (uma praia linda. Adorei lá passar férias. Até têm espalhado pela areia cavacas que dão para manter acesa uma lareira o Inverno todo e…o que mais gostei desta praia foi aqueles montes de areia mais alto que uma casa) ainda acreditava nas “Oposições”. Sempre pensei que defendiam o “interesse” de quem votou neles mas fiquei dissuadida.
Eu, Mariana que até acreditava naquele “professorzinho (acho-o charmoso) que dá aulas lá para os “confins do mundo” enganou-me e o “Márito” que é um rapaz pacato em quem eu sempre acreditei também foi um “balde de água fria” que apanhei. Não que me enganassem mas sempre pensei que estes dois votassem contra, de forma que eu, pudesse realizar aquilo que queria e…já agora:….ouvir o que os outros diziam, ou seja: que em todas as reuniões o povo pudesse estar presente e usar a sua voz. Assim sempre podia saber aquilo que nem sempre sei.
Então não vim a saber pela prima da minha Avó Rosália que nem sempre os interesses públicos podem ser interrompidos por pessoas como eu.
Até disse para mim: «Bolas!…Mariana, já não acredito neste tipo de gente.»
O que me vale então é o convite do Jornal Alpiarcense. Mas o chefe do jornal avisou-me bem: «tenha cuidado com o que escreve ou de quem fala porque se diz mal de alguém ainda pode “ir de cana” porque o”pessoal da pesada” nem sempre gosta que se diga mal deles» para me acrescentar com os olhos esbugalhados «tenha também cuidado porque também detestam quem os critique e especialmente quando a verdade é dita publicamente». Vou começar a escrever outros tipos de colaboração não vá eu dizer alguma bobagem e espetem comigo do tribunal e depois ser condenada a pagar alguma indemnização por difamação. Logo eu….que até estou desempregada. Em ultimo caso pedia a garantia do Estado para a pagar. Se até garantem os prejuízos dos bancos porque não o meu “castigo” pela simples razão de ser escriba?
Beijocas. Mariana Teixeira

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