.

.

.

.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Fonte “Maria Lurdes”


O Casalinho foi o Lugar de Alpiarça que décadas atrás teve a maior indústria do concelho como neste pequeno sítio trabalharam dezenas de pessoas quase todas oriundas do Alentejo, coisa muito pouco conhecido pelas novas gerações.
Vinham trabalhar para a indústria cerâmica que na altura existia. Ainda hoje resta parte daquilo que outrora foi o orgulho de Alpiarça.
Lá se produzia a mais variada qualidade de tijolo e telha e a mão-de-obra existente não chegava para o necessitado já que na sede do concelho pouco havia em virtude de ser um meio, como hoje, muito agrícola, daqui a razão da vinda e assento no local de pessoas vindas do interior do Alentejo e zona pobres de outros concelhos pobres.
O terreno onde se encontram as ruínas da velha fábrica foi propriedade de uma conhecida família alpiarcense (Coutinho). Pela gratidão a uma familiar foi edificada com tijolos da “Cerâmica Alpiarcense” um pequeno fontanário situado na estrada que liga actualmente o Casalinho ao Frade de Cima com o nome de “Maria de Lurdes”.
Colocado na altura em local estratégico matou a sede a quem na fábrica trabalhava como aqueles que circulavam na via pois a mesma era muito frequentada pelas mais diversas camadas sociais da época para além das centenas que pela fonte passavam e satisfaziam a sede com a frescura da água que vinha das entranhas da terra.
Durante alguns anos, mesmo depois da fábrica deixar de ter actividade, o fontanário manteve-se em actividade como era conservado por quem o estimava e a considerava um símbolo marcante.
Por razões desconhecidas, hoje a dita “Fonte de Maria de Lurdes” encontra-se no maior desleixo porque não existe quem dela queira tomar conta como a conservar.
Cercada de erva seca e áspera, suja com as maiores porquices possíveis e imaginárias, encravada abaixo do nível da estrada, este fontanário que foi um símbolo para os residentes e não só, mais não é que um ponto de referência para quem sabe da sua existência.
É pena que ninguém sustente a sua manutenção e conservação porque aos poucos se perde no passar do tempo as poucas páginas que a história alpiarcense têm. Quer queiramos quer não, o bom e o mau é que faz a história.

Sem comentários: