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domingo, 18 de janeiro de 2009

Artigo de Opinião



Se voto, logo tenho os meus direitos

Gosto de cumprir o meu dever cívico. Quando há eleições estou sempre presente para colocar o meu voto. Sendo assim, segundo o meu ponto de vista, se «voto, logo tenho direitos» de opinar em quer que seja.


Mas fico decepcionada quando os eleitos não cumprem o seu “programa eleitoral” ou não executam as suas promessas eleitorais, como pessoas de bem que deveriam ser, levando com que às vezes, só me apeteça torcer-lhes o pescoço pelo não cumprimento da palavra ou porque apagam tudo que os “perdedores fizeram” para que as obras futuras possam ter a sua assinatura ou o seu nome, quando na verdade demonstram que «não conseguem encher Alpiarça de gruas».
Lembro-me dos meus tempos de estudante. Uma das matérias que ficou na minha memória foi a “Revolução Bolchevista”. Nem os “czares” não escaparam à morte violenta dos ocupadores. Mas uma coisa ficou assente, nos preparos antecedentes da revolução: «tudo o que seja a nossa história tem que ficar para que se preserve a história russa”.
Sinto-me decepcionada quando espero que a «equipa ganhadora” saiba fazer melhor e diferente que “os outros” e faz o contrário
Sinto-me triste quando vejo uma responsável pela cultura que ao oferecer uma «noite de piano» a todos os alpiarcenses julga que estes deixarão de ser o que são para passar a “eruditos”. Todos sabemos que Alpiarça é um meio rural, logo não se muda as mentalidades de um dia para o outro.
Especialistas que são em «apagar a história» seguem o raciocínio «se foi feito pelos outros» já não presta. Foi assim que saiu do “Calendário Nacional de Atletismo” o “Grande Prémio dos Patudos”,
Esquecendo-se tais iminências que cultura não é só «musica de arpa». Estes tons fazem-me sono.
Estes e estas pelouristas da cultura impingem-nos «música sacra» que custa um dinheirão. Mas esquecem-se de defender o nosso pobre “Património Municipal” vendo-se no pouco existente, as paredes cheias de salitre com o caliço todo a cair, que não levamos com ele na cabeça porque nos desviamos, mas sabem mais do que ninguém como pedir milhões para limpar as ervas do telhado de um qualquer edifício que seja público.
Se ainda dessem uns baldes de cal para caiar algumas paredes por aí encontradas e famintas de algo que lhe mude a cor. Nem isto já é oferecido.
Qual música sacra qual carapuça, o que eu quero, e o povo, é o “Toy” ou o “Emanuel” o resto é tudo música “pimba”.
Ser responsável pelo pelouro da cultura é algo muito complicado. A cultura tem várias vertentes e dispersa-se pelos mais diversas áreas, coisa que os nossos responsáveis desconhecem, ou fingem desconhecer.
Não basta defender apenas a “Casa Museu dos Patudos” O desporto também é cultura mesmo que alguns defensores da cultura lhe chamem de “lazer”
Fui habituada a deitar-me com as galinhas e acordar com o cantar dos galos. Sempre gostei de acordar e ouvir o barulho das pessoas a trabalhar e de ver confusão na estrada que é sinal que algo está em progresso; ir pela rua abaixo e ver os pedreiros a trabalharem no crescimento da minha rua.
Detesto ver o edil que leva os seus dias sentados na secretária sem se aperceber o que se passa cá fora. Vou ao café e gosto de ver o «meu presidente» na galhofa falando com o povo.
Acho caricato um presidente não querer andar nas ruas cheias de pó para não sujar os sapatos e muitos menos andar com o seu automóvel pelas estradas esburacadas. Devia saber o quanto custa pagar os arranjos dos nossos carros por causa dos buracos que as malditas estradas têm e que ninguém lhes liga.
Gosto de pessoas com iniciativa, daquelas que ouvem as opiniões de cada um, sem ameaçá-los com tribunal por não estar de acordo com as suas ideias.
Odeio pessoas que depois de instaladas na “Rua Direita” já nem olham para o semelhante. Muito menos para aqueles que não são da sua cor politica. Parecem “César” no “trono imperial”. Se pretender chegar à fala com eles, tenho que esperar, preencher papéis, explicando o motivo para depois pouco se preocuparem com a minha pessoa, porque sabem de antemão que já não os posso destituir
Esquecem-se é que quando chegar a altura de votar, que lhes faço um “toma”. Eu e muitos outros. Depois dizem que o povo é ignorante.
Agora o que me arrelia mesmo é não serem responsáveis pelas asneiras que fazem. Sejam inimigos do meio ambiente ou da carteira do pacato cidadão.
É isto mesmo: a “carteira do cidadão”. Então quando precisam de mais uns trocos não sabem logo aumentar as taxas e outras mais alcavalas”?
Às vezes até penso que a própria água que consumimos vinda dos confins da terra já aprendeu com os homens, pedir no final de cada ano um aumento para se conservar melhor.
Com estas modernices tudo já é possível.
Desde que vi abertos alguns “concursos públicos” para a execução desta e daquela obra por um determinado valor e finda a mesma, custar o dobro já acredito em tudo.
Deviam era trabalhar para o meu primo Basílio, aquele que construiu a casa da “Rosa”. Fazer um orçamento por cem para a meio da obra ser dito «afinal para acabar a obra os cem já não chegam. São precisos mais mil». Ele dava-lhes era logo com a pá e picareta na cabeça mandando-os de seguida ao escritório receber parte de ordenado enquanto assinavam uma declaração do reembolso do prejuízo por causa do orçamento ter sido mal calculado.
O Basílio, este assinava de seguida uma «carta de recomendação» informando a quem a recebesse que o «portador não é nenhum competente para o cargo a que concorre».
Os políticos não. São uns senhores. Não são responsabilizados pelos «actos políticos» que exercem. Mas eu, pacata e modesta escriba, se meto os pés fora da argola, leva logo «cacetada».
Mas temos que viver com eles e gramá-los.
Até quando? Bem…isto não sei! O que sei é que, segundo a “Tia Alice” «as coisas a continuarem assim, desiludindo-nos dia após dia, isto de certeza que não vai longe».
Fartos que andamos deste tipo de gente, qualquer dia, qualquer dia….
Sinto-me a pessoa mais revoltada quando viajo noutros concelhos e vejo o seu progresso e desenvolvimento.
Alpiarça e Golegã são os concelhos, quanto a mim, que pararam no tempo. A Chamusca também é um marasmo mas soube dotar as freguesias de estruturas, fazendo com que a nossa vila não «lhes chegue aos calcanhares» mesmo sabendo-se que a área deste mete a alpiarcense a um canto.
Os restantes concelhos, mesmo tendo coisas boas e coisas más, andaram para a frente. Cresceram, desenvolveram-se. Com o aumento por causa do seu crescimento, acabaram por se modificar de tal forma que estes três concelhos são uns minúsculos grãos de areia no mapa.
Depois o que detesto é que na altura de eleições são todos uns bons falantes, prometendo tudo e mais alguma coisa. Eleitos que foram passam a ser uns autênticos «marasmos» seguidos por uma corte de seguidores, sabendo estes «que as coisas não são nem estão como se esperava» teimando em dizer que não é «bem assim como dizemos».
Francamente! Mas vou votar em quem?
Serão mesmo todos iguais?
Não sei se sou comichosa demais mas acho que o dever de votar é uma decisão importante. Temos de ter a certeza «onde vamos meter a tal cruzinha».
Já não sei se aqueles que começam a marimbar-se para as votações se têm ou não razão. Pois de estarem tão desacreditados com as pessoas que desempenham cargos políticos e de se sentirem desenganados com estes que mais se pode esperar?
Mas aqui para nós: ainda continuo a acreditar naqueles que foram os primeiros eleitos desde que estamos em democracia. Fizeram obra.
Nunca me desiludiram – aos outros também – do cumprimento das suas promessas. Considero-os uns homens sérios, mas atenção: os outros - agora instalados – mais aqueles que virão, também são sérios.
Falta-me é saber se: «será pessoa para tomar conta do rebanho».
Se soubesse que sim até lhes dava o meu voto, salvo se não for algum trintão com pouca experiência profissional ou politica, porque por «ser bom e filho de alguém que já foi vereadora» não quer dizer que consiga levar o «barco a bom porto».
Tem que ser um «maduro» que mostre alguma obra feita. Não me chega ser um «bom professor» ou um «bom agricultor».
Deve ser ambicioso e ter uma passo de corrida acelerado para chegar primeiro do que os outros e saiba caminhar por cima dos tapetes dos corredores que os levam até aos ministros, tipo “Armindo” que pela calada soube dar a volta ao texto e deixar-nos «obra feita» mesmo se sabendo que de tempos a tempos gostava de uma «canecada no meio da populaça». Chamem-lhe nomes mas a «obra» está aí feita.
A «Vanda» – que foi representante do edil, aquele em quem se votou para um mandato mas que não o acabou – agora é a “Presidente” de todos nós, «digno povo alpiarcense». É minha amiga e conhecida, mas aqui para nós, que ninguém nos ouve: é tão novinha e tem tanta falta de experiência para além de quando exerceu a sua profissão «não ser muito conhecida na praça».
Nestas coisas de responsabilidade como o “votar” separo a amizade e conhecimento. Afinal que fez enquanto Vereadora da Cultura? Penso que esteve sempre abafada pelo “maior” para apenas dar sinal de vida nuns debates, numas sessões cultas e pouco mais (mas agora está em todas, até na televisão!).
O “Bancário”. Uma jóia de pessoa mas pacifico demais. A pessoa errada para o lugar certo, que alguns gostariam que fosse o titular do cargo para o dominarem.
O «farmacêutico? Um óptimo conselheiro de “produtos para a cura de mal feitos” e um pouco pomposo para o cargo, para além de precisar estudar um pouco de modéstia que não lhe ficava nada mal.
Resta a “Sónia”. Apostava nela e até é mulher para desviar o meu voto de uma outra qualquer concorrente.
Têm aquele carisma ofensivo; que não desiste daquilo em que acredita e sabe que consegue vencer.
Têm alma e genica. Mas têm um inconveniente: está no “Real Senado” local das excelências e não acredito muito que troque o palacete pelas paredes frias da sede camarária situada algures ao lado da “Rua Direita”.
Outros? Só se for algum “Campeão de Berlinde” que esteja esquecido ou que o PSD ou PP vá desencantar para mostrar “lista” e trabalho.
Independentes? É a solução: Um “Campeão de Matraquilhos” porque é o que está a dar.
Desconhecidos? Sem comentários.
Estou numa alhada! Em quem votar?
Conhecem alguém que me possam indicar?
Desculpem-me os leitores mas há dias em que preciso desabafar.
Hoje é um deles. Os outros são aqueles em que a minha “Tia Alice” está surda como um porta!
Mariana Teixeira

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