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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Combater a resignação


No comício realizado no dia 17, em Alpiarça, Jerónimo de Sousa denunciou o agravamento da situação do País e reafirmou a convicção de que é necessária uma ruptura com a política de direita.O comício realizou-se no final do encontro regional de quadros do distrito de Santarém (ver página 11) que debateu as orientações centrais para o reforço do Partido em 2009. E, para o Secretário-geral do Partido, este é bem necessário, já que a situação do País exige que os comunistas estejam, cada vez mais, onde «não podem deixar de estar», ou seja, na «primeira linha do combate» em defesa das condições de vida dos trabalhadores.Realçando que os trabalhadores e outras camadas da sociedade estão hoje confrontados com a «dramática degradação das suas condições de trabalho e de vida», Jerónimo de Sousa afirmou ser precisamente essa a razão que levou o PCP a lançar a campanha nacional «Sim, é possível uma vida melhor!».Do outro lado, lembrou, estão «os grandes interesses, os seus acólitos e mensageiros», empenhados em «tudo fazer para impor a ideia de que não há alternativa nem rumo possível que não seja o de prosseguir a política de direita». Ou seja, explicitou o dirigente comunista, «querem os portugueses resignados e rendidos à ideia de tal inevitabilidade».Já o Governo, «que durante meses ignorou e subestimou os efeitos da crise», avança agora para a «completa instrumentalização dessa crise para pedir novos sacrifícios aos mesmos de sempre». Antes, era em nome do défice, agora, é em nome da crise. A proposta de orçamento suplementar que o Governo acaba de aprovar prevê um défice de 3,9 por cento e será, seguramente, pretexto para «novas ofensivas contra os direitos sociais dos trabalhadores e das populações», lembrou Jerónimo de Sousa. Para o dirigente comunista, estão a avolumar-se as injustiças sociais, que marcam já o dia-a-dia de milhões de portugueses. Mas, assegurou Jerónimo de Sousa, «é de facto possível viver melhor».Cinismo e hipocrisia«Estamos perante a mais cínica forma de acção política», acusou Jerónimo de Sousa, apontando ao Governo. Trata-se da mesma hipocrisia «que garante que os portugueses vão passar a viver melhor e com mais rendimentos em 2009, apesar da crise e da recessão económica».Na Assembleia da República esteve, recentemente, José Sócrates a «fazer o número do autêntico cavaleiro andante defensor do Serviço Nacional de Saúde», recordou o dirigente comunista. Mas «até onde teriam ido na sua destruição nestes três anos de Governo se não fosse a ampla e vigorosa luta das populações», questionou. Se travaram a ofensiva «é porque a luta lho impôs».Em seguida, o dirigente do PCP traçou um breve retrato da situação no sector. E destacou que «morre gente por falta de assistência»; o Governo prossegue o ataque às carreiras públicas, apesar da falta de médicos, e há 3 mil enfermeiros inscritos nos centros de emprego. O recente surto de gripe «pôs a nu todas as fragilidades da estrutura de saúde, nomeadamente dos Cuidados Primários», denunciou Jerónimo de Sousa.Também em relação à Segurança Social, «a demagogia e o engano não têm limites por parte do Governo», acusou o Secretário-geral do PCP. Mas a «vida vem mostrando a sua verdadeira face». No passado dia 13, lembrou, dois jornais (que não publicaram a posição do PCP e da CGTP-IN sobre a matéria) anunciavam: «Quem se reformar este ano vai ter de trabalhar mais dois a quatro meses» e «Novo corte das reformas, com redução de 13,2 euros em cada mil de pensão já este ano». Para Jerónimo de Sousa, «este é já o resultado da tão cantada reforma da Segurança Social do PS». O dirigente comunista destacou ainda a necessidade que trabalhadores ou reformados «tirem as ilações das responsabilidades» do Governo PS: é o Governo do PS que «lesa o direito a viver a reforma com dignidade» e que «põe em risco a sustentabilidade financeira futura da Segurança Social», acusou.Por toda esta evolução e «perante tanta mistificação», a luta é «inevitável e necessária», realçou o dirigente do PCP, que manifestou o apoio dos comunistas à manifestação nacional do próximo dia 13 de Março, convocada pela CGTP-IN.
«Jornal Avante»

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