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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Brindem com “Espumante Alpiarcense” a vitória de quem ganhar as próximas eleições autárquicas.



Artigo de Opinião

Por: Mariana Teixeira

Agarrei no meu carro e meti-me à estrada com a companhia da minha “Tia Alice”. Fomos até ao Casalinho tomar a “bica” ao “Café Central”, aquele que fica próximo da rotunda.
Enquanto aguardava que nos servissem, agarrei no mensário local que por lá pairava, mais amarelecido que um velho monte de carqueja, deparando com esta noticia:


«A vila de Alpiarça guarda tesouros surpreendentes. E não nos referimos apenas à herança arqueológica de um passado milenar; à beleza da Igreja de S. Eustáquio ou ao fascínio da paisagem ribatejana. Outros sim, à vasta e valiosa colecção artística da Casa dos Patudos, ex-libris de uma região e orgulho nacional.
Em harmonia com a sumptuosidade da Casa Museu dos Patudos e a tradição vinhateira de Alpiarça, a Quinta dos Patudos lança agora uma nova colecção artística – vinhos, espumante, aguardente, azeite e vinagre.


Palavra da apresentação e divulgação da “Quinta dos Patudos” informando que a Agroalpiarça vai produzir espumante, vinagre, aguardente, azeite e vinhos de alta qualidade denominados comercialmente “Quinta dos Patudos”.
Nome sonante e equitativo relacionado com a qualidade da «sua obra de artistas porque só a produção na origem dos terrenos que o próprio nome indica podem garantir uma óptima qualidade.
O segredo das vinhas com boas castas é a razão daquilo que divulgará o nome de Alpiarça pelo país e estrangeiro. Para o efeito, fizeram com que fossem plantadas novas vinhas como investidos milhares de contos.
Assim, temos e vamos ter brevemente no mercado a qualidade de produtos que merecem ”garantia de qualidade” destacando-se o azeite, que será garantido na “denominação de origem” como os vinhos e seus derivados serão de origem controlada.
Quanto ao espumante, guardado está o momento em que saboreá-lo será algo de sublime, não só pela beleza da garrafa que o protege como pela doçura do líquido. Para que o seu sabor possa ser apreciado, até a sua comercialização está guardada para o mês de Dezembro, mês em que a passagem de ano obriga a grandes consumos».


Não sou saboreadora, muito menos consumidora de: vinho, aguardentes e afins. Desconheço se a “Agroalpiarça” vende ou não “vinagre” ou “azeite. Apenas sei que vende vinho.
Parei de saborear o “Delta” para pensar na minha agenda.
“Tia Alice” faz mais um aniversário no próximo mês de Abril. Quero que seja festejado entre as minhas amigas e amigos com “Espumante Quinta dos Patudos”.
Paguei e segui viagem com “Tia Alice” direito a Santarém para correr todas as “capelinhas” em busca do célebre champanhe, que pela data da notícia do tal jornal, já deveria estar colocado no mercado.
Nunca disse à “Tia Alice” o que procurava porque lhe queria fazer uma surpresa. Farta de andar e percorrer tudo que é estabelecimento tive que dar parte de fraca e dizer à minha tia: «Já não aguento mais tia. Estou estafada!». Respondeu-me para dizer o que eu já esperava: «Também filha. Mas que procuras afinal?»
«Espumante alpiarcense minha tia». Riu-se como uma desalmada «Mas quem te falou em semelhante coisa?»
Disse-lhe a noticia que tinha lido no “Café Central”. Olhando-me bem nos olhos, acrescenta-me: «Mas o jornal que tu leste era do início deste século e nós já vamos a chegar ao fim da primeira década». «É verdade! Os dizeres da “Tia Alice estão correctos».
Viemo-nos embora. Ainda hoje quando viajo, tento descobrir onde encontrar à venda a celebridade alpiarcense, marca “Quinta dos Patudos”.
Você amigo leitor, se souber onde encontrá-lo – o espumante – escreva-me a dizer onde, porque quero brindar com os braços bem erguidos o aniversário da “Tia Alice”e a vitória de quem ganhar as próximas eleições autárquicas, bebendo “Espumante Alpiarcense”

Aos meus leitores, informo-os de que já não estou desempregada. Arranjaram-me um «emprego». Não se admirem pois se os meus escritos começarem a diminuírem em quantidade.

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