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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A última dinastia alpiarcense

Artigo de Opinião
Por: Mariana Teixeira

Tudo em Família

Certa vez um amigo meu, por quem tenho grande estima, levou-me a conhecer Campo Maior.
Uma pequena localidade do interior alentejano que praticamente faz fronteira com a vizinha Espanha.
Partimos bem cedo para que quando chegássemos à “terra do café” pouco movimento houvesse e pudéssemos apreciar a preguiça alentejana em todo o seu esplendor.
Adorei ver este pequeno lugar com as casas pintadas de branco e uma barra azul em rodapé.
Uma coisa que ma chamou a atenção foi que na maioria das “placas publicitárias” quase em todas constava o nome de “Nabeiro”.
“Stand Nabeiro”, “Residencial Nabeiro”; “Nabeiro” para aqui “Nabeiro” para acolá. Tudo tem uma razão.
A família “Nabeiro” em Campo Maior é um das mais importantes. Dá trabalho praticamente a todos os campomaiorenses. Talvez daqui que o “Nabeiro” como o tratam, seja adorado e visto como o «melhor homem do mundo».
Eu não digo que é o «melhor homem do mundo», mas digo é que é uma das melhores pessoas que temos ao cimo da terra como o considero um dos melhores empresários do nosso país. Pena que não haja outros como ele.
Não lhes bastasse este homem é tolerante para com os outros e está sempre pronto a perdoar quem o tente enganar, dando-lhes uma segunda oportunidade para que possam singrar na vida.
Conheço-o pessoalmente e tenho o prazer de ser sua amiga.
É em Campo Maior que está situada a maior fábrica de café do país: os “Cafés Delta” propriedade desta prestigiada família que me merece o maior respeito e admiração quer pelo que fazem pela terra de que são naturais como por todos os residentes.
Passado algum tempo depois, o meu amigo – que adora passear comigo – levou-me a conhecer “Seia” ali para os lados da “Serra da Estrela”. Outra localidade linda mas um pouco diferente da alentejana. Também com os seus encantos e beleza como ainda possuidora de paisagens espectaculares.
Adorei!
Em Seia ao contrário de Campo Maior, não predomina “Nabeiro” mas sim os “Camelo”. O nome de “Camelo” está praticamente a cada esquina. Outra família com grandes tradições.
Estas casualidades fez com que me lembrasse do tempo – já está a mudar, felizmente – que em Alpiarça estava a aparecer uma determinada família que quase tinha o nome e a sua presença em tudo que era sítio, quer social, desportivo para não esquecer o comercial.
Não sei porquê” - ou será por a minha “Tia Alice” não me querer contar? Penso que Alpiarça têm uma certa queda para o «feudalismo». Não bastasse nomes notáveis e poderosos que existiram em Alpiarça (“Duartes”, “Falcões”, “Paciências” e outras afins”) para agora – pouco faltou – quase estivesse a surgir uma nova geração.
Dizem que a «força unida» do poder entregue a uma família não é «bom futuro» como não tem «tendências para dar bons frutos» porque tudo, que é concorrência – segundo estas famílias – é «para abater, e já!» ou então «franqueados sejam os caminhos e as portas» a quem lhes fizer frente.
Existe assim neste meu desabafo uma diferença abismal em Alpiarça entre “Nabeiro” e “Camelo”.
Mais um pouco e….ainda acabávamos todos por depender de uma dinastia.
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