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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O AQUÁRIO


Por: Carlos Céu e Silva
Agora que a campanha eleitoral se aproximava, era preciso oferecer ao eleitorado algo de novo, diferente. Foi o que pensou o candidato a presidente da câmara da cidade. O que lhe faltava eram idéias. Idéias boas e que fossem baratas.
Estava posto de parte, solicitar ao governo central a tão desejada auto-estrada, ou o hospital prometido à décadas, ou o pólo universitário, para não falar das fábricas ou do estaleiro. Qualquer uma obra dessas, daria emprego a muita gente e era vitória garantida.
“Mas, como as pessoas começam a estar fartas de falsas promessas”, pensou, “o melhor é arranjar algo inusitado”.
Depois de muito pensar, após muitos passeios dados a pé pelo município, muitas conversas ouvidas nos cafés, nos supermercados, nas bichas dos serviços públicos, o candidato a presidente da câmara, encontrou uma idéia genial.
Foi dando algumas entrevistas para a rádio e jornas locais, deixando sempre em aberto, o seu projecto. A revelação ficaria para o comício final.
Chegado o dia, ou seja, a grande noite, o candidato a presidente da câmara, eufórico e com a sensação de vitória, apresentou a sua idéia.
Houve quem batesse muitas palmas, mas também houve quem se risse muito. E não foi só a oposição.
E, no dia das eleições, o candidato a presidente, passou a presidente. Cumpriu o mandato e foi reeleito. Mas faltou realizar a obra principal.
Por falta de verbas e apoios, não conseguiu transformar o coreto da praça central, em aquário de espécies aquáticas em extinção.

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