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domingo, 4 de janeiro de 2009

ALPIARÇA CAPITAL EUROPEIA DA CENOURA





Por: António Centeio

Empresa americana vai instalar uma fábrica de transformação de cenouras em Alpiarça

«Bolthouse Farms. Inc., vai instalar uma fábrica de transformação de cenouras criando perto de seiscentos postos de trabalho directos. Para o efeito irá ocupar uma área mínima de 30 hectares nas proximidades da actual ETAR.
Bolthouse Farms, Inc que se dedica à cultura de vegetais no Oeste do Estado de Michigan, nos Estados Unidos da América prevê processar logo no primeiro ano de funcionamento 500 hectares de cenouras para que na última fase de estruturas passe para os 5 000. Quem irá abastecer uma das maiores empresas do mundo na transformação destes legumes serão os agricultores alpiarcenses devendo para o efeito acabarem com as plantações de milho já que o subsídio para as cenouras é superior como ainda terão as compras dos seus produtos garantidos.
A Wm. Bolthouse Farms. Inc emprega actualmente mais de 2.400 trabalhador a tempo inteiro na Califórnia, dos quais 100 na área administrativa e de gestão, 700 agentes comerciais e técnicos e 1.600 trabalhadores indiferenciados. Esta empresa trabalha com 42 produtores independentes e colhe aproximadamente 11.000 hectares de cenouras/ano. Os agricultores trabalham em conjunto com a Bolthouse, no aperfeiçoamento das práticas culturais.
Considera uma das maiores empresas mundiais do ramo e com sucesso obtido nos Estados Unidos decidiu instalar-se na Europa, já que há bastantes anos exporta cenouras em quantidade limitada para o Norte da Europa. Depois das respectivas investigações e por uma questão potencial de clima e solo foi escolhido o Vale do Tejo em Portugal.
O Vale do Tejo foi a área alvo para a construção da fábrica da Bolthouse. Para maximizar a eficiência da unidade de processamento, esta deveria ficar localizada perto de zonas de cultura de cenouras. A pesquisa inicial revelou que a zona de Alpiarça cumpria as exigências para a localização da fábrica europeia de processamento de cenouras.
Apercebendo-se desta procura e da zona preferencial, a Câmara Municipal de Alpiarça tomou os devidos contactos, já que tinha as condições exigidas pelos responsáveis americanos, nomeadamente o local nas proximidades de uma zona industrial; perto de áreas de produção; excelentes acessos para transportes; disponibilidade de energia eléctrica e água – entre outras, mas em especial terrenos negociáveis numa zona com a área mínima de 30 hectares. Negociadas e consentidas as condições, ficou aberto o caminho para se iniciar o projecto da fábrica de transformação de cenouras.
Assim, a mesma será instalada para funcionar nas proximidades da ETAR de Alpiarça/Almeirim porque uma das condições exigidas pelos americanos era a existência de uma estação de tratamento.
Na estratégia para com o futuro, os passos de implementação e, enquanto decorrem os preparos para a construção da fábrica, serão preparadas as devidas estruturas das quais se destacam: o iniciar a selecção e treino dos produtores locais; contratar um núcleo chave de trabalhadores portugueses para iniciarem o seu treino em Bakersfield e fazer a transição nos clientes europeus dos produtos exportados da América.
Para o efeito será necessário produzir cenouras para que depois de transformadas possam ser colocadas no mercado europeu abrindo-se assim um novo campo produtivo para todos os agricultores alpiarcenses como para os concelhos próximos se os locais não conseguirem abastecer os objectivos anuais necessários.
A Câmara cederá o respectivo terreno para a implantação da fábrica como as devidas infra-estruturas. O terreno a ceder encontrava-se como Reserva Ecológica, mas neste momento, já foi alterado e autorizado de forma a poder ser construída a fábrica.
Após funcionamento, esta fábrica terá a entrar e a sair das suas instalações uma média de duzentos camiões/dia, como os agricultores deverão processar 5.000 hectares/ano de cenouras. A mesma irá situar-se em terrenos vizinhos da actual estação de tratamento da ETAR de Alpiarça/Almeirim.
Para que os trâmites legais da instalação desta fábrica fosse possível, muito antes o processo teve que subir à Assembleia Municipal o qual sofreu algumas criticas da oposição, havendo alguns eleitos que exigiram mais clareza no proposto».

A família Bolthouse iniciou, em 1915,a cultura de vegetais no Oeste do Estado de Michigan. Desde o inicio, que a companhia se tornou pela qualidade e inovação. As variedades de vegetais eram continuamente melhoradas e a companhia passou da embalagem no campo do aipo para a armazenagem de cebolas para comercialização fora da estação. Pouco tempo passou até que as fábricas de produção de refeições enlatadas locais confiassem a William Bolthouse o fornecimento de cenouras, aipo, espinafres e cebolas. E quem erra essas companhias? Nomes como Gerber Products, The Campbeel, Soup Company e H.J. Heinz.
Hoje os produtos independentes da Bolthouse são pagos de acordo com um contrato pelo peso da cenoura entregue dentro de tamanhão pré-determinado.Para as cenouras com tamanho fora do requerido, é paga uma taxa de base por hectares. Estes contratos dão ao produtor a oportunidade de entregando boas cenouras para processamento, ter uma boa situação. Em 1999 a Bolthouse expediu mais de 350.000.000 Kgs de cenouras frescas. Será este tipo de fornecimento que espera os produtores alpiarcenses de cenouras».
Este artigo foi capa no “Voz de Alpiarça” em Fevereiro de 2001. Na altura da publicação da noticia o impacto perante a população foi enorme, especialmente nos pequenos agricultores que viam nesta iniciativa uma total mudança como parte da população acreditou que a situação social e comercial ia mudar para além do tecido empresarial saber que por consequência directa ou indirecta toda a actividade iria suportar enormes mutações pois era visível à distância que «nunca mais nada seria igual ao existente» quer pela mão de obra necessária ao funcionamento da fábrica quer pela necessidade dos agricultores terem que mudar as suas formas de produzir
Hoje e passado alguns anos conclui-se facilmente que toda a história de investimento americano em terras alpiarcenses foi «uma ilusão que só os vendedores de sonhos sabem criar para sustento de promessas eleitorais».
Assim pedimos aos leitores que nos dêem as suas opiniões comentando a hipotética existência de “Fábrica de Transformação de Cenouras” em Alpiarça e das suas consequência a nível de desenvolvimento.
Estaria Alpiarça mais desenvolvida depois dos produtores agrícolas saberem que podiam produzir enormes quantidades de cenouras para uma fábrica que aceitaria os produtos sabendo estes de antemão que a hipótese da concessão de subsídios a fundo perdido era uma realidade porquanto tinham que modernizar toda a sua frota como substituírem as plantações antigas por algo que na altura era uma novidade no concelho?
Os pequenos agricultores teriam capacidade de resposta para fazer face na produção de cenouras ou haveria outros tipos de aproveitamento estrutural tais como a apresentação de novos tipos de apoio estrutural e financeiro apresentando projectos para que «verbas vindas da CEE subsidiassem o levantamento de várias culturas» que tinham de ser substituídas pela plantação de cenouras?
O que mudaria em Alpiarça com a criação de 600 postos de trabalhos directos e centenas de indirectos para alimentar o processamento de 5.000 hectares na produção de cenouras?
Da dimensão e do impacto, na época, da instalação deste investimento no Concelho de Alpiarça ainda hoje existem pessoas que perguntam se tudo isto «mais não foi do que uma promessa politica para criar a ilusão de quem em Alpiarça tudo iria mudar e que os eleitos na altura conseguiriam fazer aquilo que a outros nunca seria permitido».
Seja como for enviem-nos os vossos comentários sem afrontar quem quer que seja mas sim com o objectivo de chegarmos a alguma conclusão, ou seja: se seria ou não benéfico para a nossa região a instalação de uma “Fábrica de Transformação de Cenouras”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostaria que esclarecesse quem lhe encomendou essa notícia. Pois sei que foi A. Centeio que escreveu essa notícia e outras bombásticas, como a Universidade do Vinho, e o Hotel dos Patudos.
Qunato à fábrica das cenouras, ouvi da boca do pai de Rosa do Céu, que já estava comprado o terreno, e acordado a chegada do Auto a Alpiarça, condições impostas pelos Americanos

Anónimo disse...

Ainda hoje será publicada a resposta às duvidas do "Anónimo disse..." e de outras pessoas.