Em primeiro lugar, fico muito satisfeito pelo
facto deste comentador ("Depende dos “mestres do ofício"...":
), finalmente, tentar basear os seus argumentos em
factos e apresentar números, em vez das "amostras" subjetivas, parciais e
isoladas do todo. Aproveita, também, para acusar-me (???) de ser
político mas, primeiro, é necessário que defina o que entende por isso.
Se ser político é ter opinião sobre a governação, então sou político.
Se se refere a dirigentes políticos e é esse o seu problema, fique
descansado que não é o meu caso, pois não sou dirigente (nem candidato)
de qualquer seção partidária, por mais pequena que ela seja. Entretanto,
para lhe evitar mais argumentos falhados, aproveito para fazer uma
declaração de interesses: nada tenho a ver com a atribuição ou cessação
do RSI, não sou funcionário do estado nem de qualquer empresa que venda
cursos de formação ou que possa beneficiar das atividades do RSI.
Aliás, sou contribuinte "líquido" do Estado português, pois há dezenas
de anos que pago um "seguro" para garantir a cobertura (cada vez mais em
causa) de rendimentos no desemprego, da saúde e da velhice (reforma),
para além de pagar os restantes impostos estabelecidos. Contudo, tenho a
noção clara de que, dado o seu pequeno peso relativo, não são
eventuais "anomalias" do RSI (na medida do possível devem ser
corrigidas) que põem em causa as garantias do "seguro" que eu ( e os
restantes portugueses em condições idênticas) pago ao estado... Mas nem
vale a pena voltar a falar nos "beneficiários" indevidos dos milhões de
euros "desviados" nos últimos anos, sob o beneplácito do poder político
que nos tem governado... Quanto à “pesca” que foi obrigado a fazer,
apenas me limitei a mandá-lo cumprir aquilo que advoga para os outros…
Mas, mesmo assim, não fez bem o trabalho pois continua a baralhar as
situações: pede números do RSI e “fala” de números das… “Novas
oportunidades”!!! Depois refere o número de beneficiários do RSI que
“conseguiram emprego” mas esquece-se que “a alteração de rendimentos
continua a ser a principal causa de cessação da prestação RSI, com
grande representatividade, 52,4%” das cessações.
Entretanto, o autor do comentário calcula a percentagem dos que
conseguiram emprego considerando todos os beneficiários, como se todos
eles estivessem em condições de assumir, de imediato, um emprego, nesta
época com uma taxa de desemprego nunca vista… É que os beneficiários
potencialmente empregáveis (e se existirem empregos…) serão muito menos
de metade pois, sem falar em doentes e idosos, 40 % dos beneficiários
são menores. Com estes erros de cálculo, espero que o autor do
comentário não seja orçamentista pois, então, produzirá piores
orçamentos do que os do governo PSD/CDS! Além disso, para promover a
empregabilidade é necessário resolver, também, outros problemas a
montante. Apenas um exemplo real (entrevista na tv): uma beneficiária
candidatou-se a empregada de mesa mas, quando sorriu, porque tinha os
dentes “podres”, foi rejeitada. Sabemos como a segurança social não
resolve estes problemas e que não é com o RSI (88 € por beneficiário)
que esta mulher vai arranjar os dentes...
Mas os dados reais,
quantitativos e qualitativos (incluindo críticas verificadas),
recolhidos da execução deste programa social positivo, não devem servir
apenas para enfeitar os relatórios com bonitos gráficos! Devem,
sobretudo, servir para refletir, decidir e agir em função dos objetivos
pretendidos! Na realidade, qualquer projeto que se pretenda desenvolver
tem um ciclo de 4 fases principais: 1 - Planeamento (definir os
objetivos e os processos necessários para atingir os resultados
desejados); 2 - Concretização (executar os processos planeados, recolher
os dados referentes aos resultados obtidos); 3 - Verificação (com os
dados recolhidos, analisar os resultados obtidos e compará-los com os
resultados desejados/planeados); 4 - Correção ( definir ações para
corrigir as diferenças significativas detetadas entre os resultados
obtidos e os resultados desejados). O ciclo renova-se voltando à fase
1, onde o plano e os processos são atualizados com as ações
retificativas decididas na fase 4.
Este é, na minha opinião, o procedimento correto para que o programa evolua em melhoria contínua… Mas estará o atual governo interessado nisto?
Este é, na minha opinião, o procedimento correto para que o programa evolua em melhoria contínua… Mas estará o atual governo interessado nisto?
Quanto à questão
que coloca “onde vai buscar o dinheiro para sustentar o estado social”
fica para uma próxima oportunidade. Mas, desde já lhe digo, não tenha
tanta pena dos que “têm os capitais em offshores” !!!
1 comentário:
Ficamos então à espera da resposta à pergunta “onde vai buscar o dinheiro para sustentar o estado social” e nomeadamente o RSI.
Enquanto os outros apoios sociais são baseados em contribuições, e que, como muito bem diz, desconta (tal como eu) há anos para poder ter direito a assistência na saúde, desemprego e a uma justa reforma, o RSI sai de um saco para onde ninguém contribui directamente.
O ser político aqui é o tipo de resposta que se dá a perguntas concretas, utilizando manobras de diversão para não responder, ou usar apenas aquilo que lhe interessa.
Começou por afirmar que a mentalidade "anti-RSI" era formada pelos media,mas quando lhe dá jeito dar um exemplo individual passado na TV, já serve.
Por exemplo, quando deram uma reportagem de uma empresa agrícola que ofereceu dezenas de empregos e acabou por contratar empregados asiáticos porque no centro de emprego apenas conseguiu arranjar um, isso não serve.
Ou quando mostram bairros inteiros em que dificilmente encontram quem não seja beneficiário do RSI, também não interessa.
Hoje, felizmente já foi tomada a 1ª medida realista. Em vez dos anteriores 3 anos, passam a ser apenas 12 meses e é excluído quem tenha património.
Dá ainda o exemplo do meu crime de análise percentual como se importasse muito se a percentagem de empregos foram 158/300000 ou 158/150000.
São números de INSERÇÃO e é com esses que são gastos anualmente centenas de milhões de euros.
Um pouco caro não acha?
É que com o desemprego elevadíssimo, ainda assim, este numero refere-se a uma amostra de centenas de milhares de beneficiários, por todo o País, e durante 12 meses. Pouco mais de 10 empregos por mês...
A juntar a isso, diga-se que onde se sente maior falta de oferta é em empregos qualificados, o que não é o caso dos beneficiários do RSI.
Em vez de se refugiar em estatísticas e números oficiais, fale com empresários que tentaram contratar pessoal através de centros de emprego e que acabaram por desistir na maioria dos casos.
Termina afirmando que tenho pena de quem tem os capitais em offshores...
Viu isso escrito, ou imaginou porque lhe dava jeito ao comentário?
Que fique claro para si que também acho que devam existir apoios sociais a famílias necessitadas.
Divergimos provavelmente é no conceito generalista de necessitado e na forma de apoio.
Para si os feirantes devem ter RSI?
E quem tem uma loja a vender os mesmos produtos, que paga os seus impostos (IVA, S.S, IRS/IRC) não o tem porquê?
Não concebo que quem desconta durante uma vida de trabalho vá ser penalizado no seu futuro, e dos seus, por quem não descontou ou em muitos casos, não quis descontar.
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