Medina Carreira afirmou hoje no parlamento,
comentando a última reforma laboral, que Portugal deve 'copiar' os seus
diretos adversários da competitividade em vez de se entreter "com
tretas".
O ex-ministro das Finanças, que falava num seminário organizado pela Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal sobre um ano de intervenção da 'troika' (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu), disse que "tirar dias de férias ou feriados aos portugueses não passam de tretas".
Dirigindo-se aos deputados na sala do senado da Assembleia da República, Medina Carreira afirmou que não existe "nenhum deputado ou sábio político que consiga falar claro sobre políticas laborais" quando o mais fácil é olhar para os códigos laborais dos mais diretos competidores de Portugal e fazer melhor.
"Devemos comparar o código laboral de Portugal com a Hungria ou a República Checa e ver o que temos de fazer, é simples", frisou.
A questão laboral foi, aliás, considerada por Medina Carreira como
imperiosa para se recriar o aparelho produtivo: "Se não recriarmos o
aparelho produtivo não vamos sair da cepa torta. Tem de se reformar
aspetos essenciais da nossa vida e o resto são histórias da carochinha".
O ex-ministro das Finanças disse também que a crise não está no euro,
mas sim na desindustrialização do mundo ocidental em contraponto com os
países emergentes e da Ásia.
"A crise do euro é uma consequência dessa desgraça e se continuarmos a
ter trocas [comerciais] destas não há futuro para o euro", adiantou,
acrescentando que a desindustrialização do Ocidente "é óbvia e o pleno
emprego deu um pleno desemprego".
Medina Carreira disse que, perante este cenário, o sindicalismo não
se soube transformar e tem como interlocutores "um patronato falido e um
Estado falido".
«Lusa»
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