Pensar o futuro é uma exigência de todas as pessoas que querem estar com profundidade na construção da história do momento presente.
Sinto que hoje, pelo desafio que se põe ao mundo, e diante destes cenários que temos vivido e que são densos, estamos perante um dilema: a historia é conduzida pelo homem ou o homem é conduzido e, portanto, inevitavelmente condicionado pela historia.
Todos aqueles que têm a função e o gosto dum discernimento, que são capazes, ou não, de marcar o ritmo da história que estão a viver e que querem construir um futuro melhor, têm de contribuir com ideias construtivas e inovadoras.
Existe neste momento uma ideia da fraqueza das elites nacionais, entendida sobretudo numa dimensão intelectual, mas também integrando as elites políticas, dificuldade de pensar o país num contexto internacional e social muitíssimo mais complexo e mais exigente.
A ideia que nos surge hoje é a de um modelo de desenvolvimento que está esgotado, há que encontrar outros factores de competitividade, outra exigência a nível interno, no sentido de contarmos mais com as nossas próprias forças e não com o desenvolvimento subsidiado que temos tido até agora.
Temos também que analisar, e torna - se fundamental a compreensão do lugar da política hoje, naturalmente, a mediatização integral da vida política, que traz desafios novos ao nível da decisão e da acção política, para os quais ainda não foi encontrada resposta.
Posso assim ressaltar duas preocupações que nos surgem neste momento: a incapacidade de fazer reformas e a tentação do populismo.
Desta forma a ideia que quero partilhar convosco, é que a exigência e a responsabilidade têm de estar presente nas numerosas reflexões que devem ser feitas, pois se um país se encontra em dificuldades consegue encontrar forças para recuperar, pois tem tudo para conseguir, temos de ter essa esperança.
É verdade que o pessimismo existe, mas ele poderá ser minorado se fizermos uma leitura mais atenta do que se está a passar, valorizando a sociedade civil, necessidade de aceitar uma soberania participada ou soberania de serviço, pois só teremos uma sociedade de confiança quando o Estado prestar um serviço de confiança à sociedade civil.
Assim, não basta pensar o futuro, é preciso que todos ajudem contribuindo para a construção de um futuro melhor.
*Teresa Freitas, é Licenciada em Ciências Politicas e Presidente da Concelhia de Alpiarça do PS;
NR: Com a publicação desta crónica, Teresa Freitas começa a colaborar periodicamente com "textos exclusivos" para este jornal