Feito balanço final da greve geral no distrito, constata-se que foi essencialmente na função pública, e sobretudo em algumas autarquias do sul da região e os hospitais, que se verificou uma maior adesão.
Segundo os sindicatos, as autarquias de Coruche (PS), Alpiarça (CDU), Benavente (CDU) e Rio Maior (PSD) foram aquelas onde se registou uma maior adesão dos funcionários públicos, havendo serviços municipais que não chegaram sequer a funcionar durante todo o dia.
Também o Hospital de Santarém admite que o bloco operatório e as consultas externas foram serviços bastantes afectados. Mas o administrador salientou ao nosso jornal que, “como se tratava de uma greve já há muito programada” o hospital organizou-se de forma a cumprir os serviços mínimos, sobretudo nas urgências, que funcionaram sem problemas.
A nível das empresas privadas, a CGTP referenciou uma maior adesão nalgumas fábricas de multinacionais, como os casos da Mitsubishi do Tramagal (Abrantes), que teve a produção quase parada, a João de Deus&Filhos (Benavente) com uma adesão a rondar os 80 a 90 por cento, e ainda a Robert Bosch (Abrantes) onde a adesão terá também sido “muito elevada”, segundo os sindicatos.
A Nersant contrapõe estes dados e, no levantamento que fez durante do dia da greve a mais de 70 empresas da região, regista apenas uma – a JJM Esperança (Asseisseira, Tomar) – com uma adesão superior a 50 por cento. A associação empresarial identifica apenas mais cinco empresas com adesões entre 20 a 50%: Mitsubishi Fuso Truck (Abrantes), Postejo (Benavente), Olimar (Alcanena), Companhia Nacional Fiação e Tecidos (Torres Novas) e Metalúrgica Costa Nova (Torres Novas). José Eduardo Carvalha frisa que estas são empresas “com histórico” de greves, sublinhando a ideia de que “esta foi essencialmente uma greve da função pública”, no caso do distrito de Santarém.
No sector dos transportes, fonte da direcção financeira da Rodoviária do Tejo, referiu que a direcção operacional de Torres Novas – que inclui os concelhos de Torres Novas, Abrantes e Chamusca – foi onde se registou a maior adesão à greve (cerca de 70 por cento), com 75 funcionários a não comparecerem ao serviço, num universo de 107 trabalhadores. Na direcção operacional de Santarém -que inclui os concelhos de Santarém, Almeirim, Rio Maior e Alcoentre – a adesão foi de 29 por cento. Segundo Orlando Ferreira, administrador executivo da empresa, no concelho de Santarém “houve várias carreiras urbanas a circular quase sem passageiros” e “os primeiros serviços de expressos para Lisboa saíram da estação com dois ou três passageiros
«O Ribatejo»