Por: Ilda Figueiredo *
Dos temas em debate, na semana passada, em Bruxelas, destaco: Cimeira com Estados Unidos, resolução sobre regulamentação de gestores de fundos alternativos e crise financeira, crise no sector pecuário, relatórios sobre parcerias de inovação e simplificação dos programas-quadro de investigação.
Relativamente à Cimeira da União Europeia com Estados Unidos e a Cimeira da Nato que se realizam este final de semana, em Lisboa, referi que é tempo de insistir com os EUA na resolução pacífica dos conflitos, no fim da ocupação militar e da guerra, seja no Iraque, no Afeganistão ou no Médio Oriente, no desarmamento nuclear, no fim do bloqueio a Cuba e do apoio à política agressiva de Israel, responsável pela crise humanitária em Gaza e nos territórios ocupados da Palestina.
É preciso tornar claro que o pretexto da luta contra o terrorismo não pode continuar a servir para pôr em causa o direito internacional, o respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais. Essencial é colaborar para diminuir a pobreza, acabar com os paraísos fiscais e os movimentos especulativos de capitais.
Esta Cimeira com os EUA coincide com a Cimeira da NATO, em Lisboa, que quer rever o seu conceito estratégico, e em que os EUA pretendem obter dos aliados da União Europeia o compromisso para uma escalada militarista a nível mundial, tentando assegurar a exploração de recursos, o controlo dos mercados e o domínio político, mediante a ameaça do uso da força militar, o que aumenta os perigos e ameaças para os povos.
De igual forma, denunciámos a acção violenta da polícia e exército marroquinos, procurando desmantelar os acampamentos e pôr termo aos protestos de milhares de sarauis que nas últimas semanas montaram acampamentos nos arredores de algumas das principais cidades do território, como forma de protesto contra as condições em que são obrigados a viver, as várias formas de repressão a que estão sujeitos e pela realização do referendo que possa consagrar o seu direito à autodeterminação. Esta acção de Marrocos resultou num número indeterminado de detenções, centenas de feridos e de desaparecidos e, desgraçadamente, também em vítimas mortais.
Por isso, expressámos a nossa solidariedade com a luta do movimento da paz, dos trabalhadores e com as muitas organizações que estão a desenvolver a Campanha «Paz Sim! NATO Não!», incluindo a manifestação que se realizará a 20 de Novembro, em Lisboa. E lá estaremos. Desta vez, nas ruas de Lisboa.