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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Louçã diz que acordo serviu a agenda presidencial de Cavaco

O líder do Bloco de Esquerda (BE) afirmou hoje que o acordo alcançado entre o PS e o PSD para o Orçamento do Estado (OE) para 2011 «serviu a agenda presidencial de Cavaco Silva».
Num almoço com militantes na Chamusca, Francisco Louçã disse que a negociação do OE foi uma «enorme encenação de uma semana de encontros e desencontros, de amuos e de namoro», acrescentando que «serviu milimetricamente a agenda da campanha presidencial de Cavaco Silva».
«Toda a cronologia foi subordinada pelo emissário de Cavaco Silva nas negociações, o doutor Catroga», acusou o líder do BE, frisando que, na sua opinião, o Orçamento foi «assinado à socapa porque [PS e PSD] têm vergonha do acordo que fizeram».
Segundo Francisco Louçã, «o país não aceita ser um palco para uma jogatana como a do actual Presidente», referindo também que «este acordo [entre] José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Cavaco Silva tem uma receita contra as pessoas, contra o emprego, contra o desenvolvimento, contra a democracia com responsabilidade».
«Este acordo já provocou um novo buraco de 500 milhões e não nos dizem como resolvem o problema, é um tabu», disse Louçã, acusando o PS e o PSD de quererem «esconder a resposta aos problemas que as suas soluções já estão a criar».
O líder do Bloco apelou ainda ao primeiro-ministro, José Sócrates, para responder na próxima terça feira, no Parlamento como vai resolver este «buraco suplementar».
«O ministro das Finanças veio dizer que estas medidas são necessárias porque o País não pode viver acima das suas possibilidades, mas o País não vive acima das suas possibilidades», considerou Francisco Louçã, apontando exemplos do que, na sua opinião, é «viver acima das possibilidades».
Para Louçã, «quem vive acima das nossas possibilidades são os governos que compram mil milhões de euros em submarinos, o Governo que está disposto a vender a sede da Caixa Geral de Depósitos para pôr 4500 milhões de euros no buraco do BPN - aquele banco dos barões sociais-democratas que foi afundado miseravelmente - a Portugal Telecom, que fez o 11.º negócio da economia de todo o mundo e não quer pagar um cêntimo de imposto e a banca comercial que se atreve a dizer ao País com orgulho que paga menos de cinco por cento de IRC».
«Percebemos a força enorme de uma embaixada de Faria de Oliveira, Carlos Santos Ferreira, com Fernando Ulrich e Ricardo Espírito Santo Salgado, esses quatro cavaleiros que andaram a bater à porta do Governo e depois do PSD para assegurar o resultado que agora podem festejar», criticou ainda Francisco Louçã, afirmando que «já não diferença entre quem está na decisão política e na decisão financeira».
O líder do BE deu como exemplos desta alegada ligação entre poder político e poder económico alguns nomes da direcção do PSD com ligações ao Grupo José de Mello, nomeadamente, Eduardo Catroga, administrador da Nutrinveste e da Cimpor, e Nogueira Leite, administrador da Brisa.
«Estes negociantes, estes especuladores, este partido da crise quer que haja mil milhões de euros para pagar às concessões rodoviárias. Pois não é Nogueira leite administrador da Brisa», interrogou Francisco Louçã.
«Lusa»