"O
aparelho do PSD não gostou da nomeação de Miguel Poiares Maduro. Não lhe
interessa as competências do novo ministro, nem nada que tenha a ver com o
conhecimento dos dossiês ou a dedicação ao país. Apenas se preocupa com este
ponto: o novo ministro não percebe nada de PSD e vai ter o dinheiro do QREN que
vem da Europa.
O aparelho criticou ainda a nomeação de um secretário de Estado (António Leitão
Amaro) que, sendo do PSD, não é da linha de Passos Coelho, uma vez que apoiou
Paulo Rangel. Ou seja, nem o ministro nem o secretário de Estado conhecem
suficientemente as subtilezas do apoio que necessita o presidente da Junta X,
que traz 12 votos e meio para o Congresso, e também se torna decisivo para a
eleição do presidente da Distrital Y, o qual tem sólidas esperanças de ser
nomeado presidente de um Instituto, onde terá a oportunidade de trocar os
favores de um QREN por uma coisa qualquer. (Isto
também explica a quase unanimidade do nostálgico voto de louvor a esse grande
Relvas, que nunca hesitou em pôr o partido à frente dos interesses do país).
Outro aparelho, o do PS, reelegeu António José
Seguro líder do partido, ao que parece com mais de 95% dos votos. Como se vê, é
falsa a existência de quaisquer divisões dentro do PS, ou nada representam
aqueles que passam a vida a dizer mal do secretário-geral socialista.
Em cada eleitorado aparelhístico há uma pequena
Coreia do Norte que ama o seu grande líder.
Esta gente, estas autênticas quadrilhas têm um
papel mais pernicioso na política atual que a corte tinha nas monarquias
absolutas. Um desafio importante é saber como nos podemos livrar desta canga.
Texto de: Henrique Monteiro/ Expresso
Postado por: Anabela Melão (foto)
1 comentário:
Parece-me que subscreve o artigo do sr.Monteiro, por isso permita-me que diga o seguinte: os partidos são de facto "coisas" imperfeitas. Não é de admirar, são as pessoas que os integram:boas, más e assim assim.Mas, já agora, permita-me que lhe pergunte: qual é para si a alternativa?
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