O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou hoje que,
perante a carta que Passos Coelho endereçou à "troika", o Governo "já
não tem capacidade para governar" e que "só vê apenas cifrões".
Arménio Carlos disse, em declarações à Lusa, durante a "Marcha
Contra o Empobrecimento" realizada hoje em Lisboa, que a intenção de
Passos Coelho de fazer uma convergência da lei laboral entre público e
privado "é mais uma declaração de guerra que está a fazer aos
trabalhadores da função pública", sendo que "este Governo já demonstrou
que não tem capacidade para governar, ao não ser vendo apenas cifrões".
O líder da CGTP-IN frisou que o Executivo "já entendeu que tem
poucos dias de vida, mas quer fazer nestes poucos dias o máximo que
puder para fazer o acerto de contas com os direitos, liberdades e
garantias fundamentais que a Constituição consagra".
Segundo Arménio Carlos, a carta enviada pelo primeiro-ministro à
"troika" (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco
Central Europeu) "visa reduzir salários, direitos e as condições de
acesso à proteção social e à saúde".
O sindicalista sublinhou que, se as medidas propostas por Passos
Coelho, forem aplicadas na administração pública, "a seguir iam dizer
que tinham de ser implementadas no setor privado. Só que a conceção de
igualização deste Governo é sempre por baixo".
O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho sugeriu, em carta à
"troika", a criação de uma tabela salarial única e a convergência da lei
laboral e dos sistemas de pensões público e privado, como opções para
compensar a inconstitucionalidade de normas orçamentais.
A CGPT-IN reuniu hoje alguns milhares de manifestantes em Lisboa,
dia em que terminou a "Marcha Contra o Empobrecimento", um protesto
contra as políticas de austeridade do Governo.
Entre as palavras de ordem dos manifestantes estavam "desemprego em
Portugal é vergonha nacional", "trabalho sim, desemprego não", "é só
cortar e roubar quem vive a trabalhar", "é preciso, é urgente correr com
esta gente".
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