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domingo, 14 de abril de 2013

Edifícios de ex-governos civis continuam por ocupar


Sónia Sanfona a última
Governadora Civil da
República Portuguesa
  Com a extinção dos governos civis, há mais de um ano, a maioria dos edifícios que ocupavam foram entregues a forças de segurança, mas em pelo menos seis deles as instalações continuam sem serem utilizadas.
De acordo com o Ministério da Administração Interna (MAI), para as instalações que o governo civil ocupava em Leiria “está prevista a partilha de espaços” entre o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), para Bragança a partilha de espaços entre a GNR e a ANPC, para Évora “existe um propósito” de instalação da PSP, para Beja a instalação da ANPC, em Portalegre estão afectas à PSP e em Faro afectas ao SEF.
“Dado decorrerem obras de adaptação em alguns destes edifícios, ainda não foi possível a concretização da transferência total dos serviços indicados”, referiu o MAI.
De acordo com uma ronda feita pela Lusa, o edifício em Évora está fechado, sem utilização, mas a chave da porta “está guardada” na PSP.
As instalações em Beja também estão sem utilização, mas o mesmo edifício continua a albergar outros serviços públicos que já funcionavam neste local, como o Comando Distrital da PSP, o Tribunal do Trabalho, a Delegação Distrital de Viação, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) e a Delegação Regional da Estradas de Portugal.
Também estão encerradas as instalações de Portalegre, Leiria e Faro, apesar de os edifícios continuarem a albergar as entidades que já lá funcionavam antes da extinção dos governos civis.
Em Viana do Castelo, as instalações, no Palácio dos Cunhas, estão a ser preparadas para receber o SEF e as de Vila Real foram entregues à PSP, que quer concentrar aí todos os seus serviços, embora apenas tenha transferido a Esquadra de Investigação Criminal, não existindo ainda uma data concreta para os restantes.
As forças de segurança e socorro já se mudaram em Aveiro (Comando Distrital da PSP), Braga (SEF, PSP e Protecção Civil), Santarém (GNR, Gabinete de Apoio ao Cidadão e o SEF) e Guarda, onde funciona o Comando Distrital da PSP, que ali instalou o seu Núcleo de Armas e Explosivos.
No edifício em Viseu encontra-se actualmente a ANPC, mas em breve deverá instalar-se o SEF, e no de Lisboa funciona agora a Direcção-Geral da Administração Interna.
“Em Coimbra, inicialmente havia um propósito de instalação do SEF, mas tratando-se de um imóvel arrendado e havendo em Coimbra instalações do Estado devolutas, foi denunciado” o contrato de arrendamento, “com efeitos ao final do mês de Março” deste ano, adiantou o MAI.
Também no Porto as instalações foram devolvidas ao proprietário e em Castelo Branco o edifício vai ser adquirido pela câmara, por 1,4 milhões de euros.
Em Setúbal, a câmara chegou a aprovar a compra do edifício, mas o negócio não procedeu e o MAI revelou que as instalações, onde já funciona o atendimento da PSP em matéria de contra-ordenações, vão receber o comando distrital.
De acordo com o MAI, “com exceção daqueles que no decurso do processo se aposentaram”, todos os 263 funcionários dos governos civis à data da extinção “foram integrados noutros Serviços do MAI (GNR/PSP/SEF/ANPC), não ficando nenhum por colocar”.
Os arquivos dos ex-governos civis vão ser digitalizados, “de forma a preservar a memória histórica daquelas instituições e a disponibilizar aos cidadãos toda a informação que seja requerida”, o património “foi afecto, na sua grande maioria, aos serviços do MAI que passaram a ocupar as instalações” e as obras de arte foram cedidas a museus das áreas geográficas dos ex-governos civis”, revelou a tutela.
A extinção dos governos civis e a transferência das suas competências para outras entidades públicas foram aprovadas pelo Governo a 08 de Setembro de 2011.
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, considerou, na altura, que o Governo pensava poupar anualmente 3,5 milhões de euros, além de mais de 40 milhões indirectos nos próximos anos.
Lusa/SOL

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