As empresas nacionais de transporte de
mercadorias estão a pagar anualmente, em Espanha, 200 milhões de euros
em impostos pelo abastecimento de combustíveis, verba que podia ficar em
Portugal se os preços baixassem, afirmaram hoje os empresários.
"Não faz sentido que os transportadores portugueses coloquem
combustível em Espanha quando podíamos reactivar o movimento de
combustível em Portugal, sobretudo na fronteira. Devido à diferença de
preços, são 200 milhões de euros em impostos que podiam ficar cá e que
originavam mais transportes para as nossas empresas do sector", explicou
à agência Lusa o presidente da Associação Nacional das Transportadoras
Portuguesas.
Segundo Artur Mota, a diferença de preços nos combustíveis entre os
dois países foi um dos quatro problemas de competitividade identificados
por aquela associação numa reunião realizada hoje em Vila Nova de
Famalicão, em que estiveram representadas uma centena de empresas de
transporte rodoviário nacional e internacional de mercadorias.
Entre as reivindicações dos transportadores, além de mexidas no preço
dos combustíveis em Portugal, contam-se ainda os custos acrescidos que
estas empresas estão a enfrentar desde a introdução de portagens nas
antigas Scut ou necessidade de uma legislação laboral específica para o
sector dos transportes.
Estas empresas de transporte reclamam ainda a criação pelo Governo de
um observatório de preços para o setor, de forma a regular os valores
praticados neste mercado.
"Os problemas estão identificados e as soluções também. Vamos fazer
chegar estas conclusões ao Governo ", disse ainda Artur Mota, recordando
tratar-se de um sector - transportes rodoviários de mercadorias - que
representa 4% do Produto Interno Bruto nacional e que "faz mexer os
restantes 96%".
Do encontro de hoje, convocado com o lema "Lutamos ou deixamo-nos
morrer?", surgiu ainda o objectivo de criar uma confederação única para o
sector em Portugal, congregando todas as associações de empresas de
transportes de mercadorias e de passageiros.
Esta entidade passaria a ser a interlocutora dos empresários dos transportes junto do Governo.
"Para que se consiga resolver estes problemas de imediato", rematou Artur Mota.
«NM»
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