Os trabalhadores já estão a sentir na pele a
subida do IRS e o corte do rendimento disponível. Mas do lado das
empresas - agora que a prioridade do ajustamento se virou para o
crescimento baseado no investimento - os custos com cada trabalhador não
baixaram, mantiveram-se. O problema é que com menos dinheiro na
carteira há menos capacidade para consumir o que as empresas produzem e
precisam de vender.
A frieza dos números não deixa dúvidas.
Um trabalhador com um salário a rondar os 500 euros consegue, no máximo,
ficar com 71,9% daquilo que a empresa gasta com a sua remuneração
(incluindo a taxa social única). Mas se ganhar 2330 euros brutos,
receberá menos de metade do valor efetivamente pago pela entidade
empregadora. Em 2012, era preciso ter um salário bruto da ordem dos
quatro mil euros mensais para ver metade sumir-se em direção aos cofres
do Estado. E se ganhar
10 mil euros /mês (que custam à empresa 12 375 euros)? Bem, nesse caso
62% ficam para o Estado.
Esta situação reflete
sobretudo o impacto da subida do IRS (tabelas de retenção na fonte e
sobretaxa de 3,5%), uma vez que as contribuições para a Segurança Social
se mantiverem inalteradas. Toda esta realidade não passa despercebida
às empresas, que se deparam com uma retração cada vez maior do consumo
interno, apesar de continuarem a pagar o mesmo a cada trabalhador. O
problema é que entre a folha de cálculo da remuneração mensal da empresa
e o valor creditado na conta do funcionário uma boa parte "perde-se"
nos cofres do Estado. Este sistema acaba por chocar com a reorientação
de estratégia que o governo agora defende, no sentido de apostar no
investimento privado gerador de emprego.
«DV»
2 comentários:
Tudo isto é bem feito, ainda havia de ser pior...NÃO VOTASSEM NELES. Nos amigos que os defendem a maioria dos independentes, o PS, PSD,CDS-PP , os abstencionistas que não votando contra ajudam a maioria, seja ela qual for e os difamadores e aldrabões todos no mesmo saco tem culpas neste estado de coisas.Agora digam que eu sou comunista, não posso ser BE que tambám não tem culpas no cartório.
O Sr. quando falar no BE terá que se por em sentido. Francisco Louçã foi o único deputado português que saiu do Parlamento como entrou, ou seja, sem subsídios ou reformas. Deu uma bofetada sem luva a todos deputados da nação e especialmente aos do seu partido.
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