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domingo, 10 de março de 2013

PCP acusa Cavaco de "lavar as mãos como Pilatos"

 Em declarações à agência Lusa, o dirigente comunista Jorge Cordeiro criticou que se ache que "com uma gestão dos silêncios se consegue intervir mais ou intervir melhor".
"Estes silêncios são seguramente para se distanciar do Governo, mas a verdade é que o Presidente promulga o Orçamento e cada uma das leis que retiram rendimentos e liquidam direitos dos portugueses, e não está a fazer isso com silêncio, mas com um ruído imenso tomando partido por um dos lados", afirmou.
Cavaco Silva defende que a situação do País impõe que o Presidente da República não se deixe influenciar pelo ruído mediático ou pressões, nem se deixe arrastar por pulsões emocionais ou afectar pelas tensões que surgem nos tempos de crise.
No prefácio do livro "Roteiros VII" - que reúne as intervenções do chefe de Estado proferidas ao longo do último ano - Cavaco Silva deixa um "guião" sobre aquela que deve ser a actuação do Presidente da República em tempos de crise, sustentando que além do conhecimento rigoroso da dimensão e das razões da crise, "a obediência a uma cultura de responsabilidade" impõe ao chefe de Estado que "não se deixe influenciar pelo ruído mediático ou pelas pressões de grupos ou corporações".
Neste texto, o Presidente da República diz ainda que a situação política tem merecido a sua "permanente atenção e acompanhamento", defendendo que a execução do programa de ajustamento exige solidez na coligação governativa e "muito beneficiaria" com um consenso político alargado.
Para Jorge Cordeiro, "este é um texto mais de um Presidente comprometido com o rumo do desastre nacional, que perante o afundar do País e o arruinar da vida dos portugueses lava as mãos como Pilatos".
"Mais do que palavras, o que os trabalhadores e o povo exigiriam do Presidente é que respeitasse a Constituição e a soberania nacional", defendeu.
O comunista considerou que os avisos do chefe de Estado são apenas "votos piedosos", porque "a verdade é que de uma penada promulga um Orçamento que no fundamental é a matriz essencial em que se fundamenta a espiral recessiva".
"As palavras não batem com os actos", concluiu
«NM»

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