Os verdadeiros marginais no sábado foram os partidos, a classe política, os sindicatos e outras estruturas do regime.
No último fim de semana o povo saiu à rua. Veio clamar por justiça e rejeitar as políticas seguidas por este regime moribundo.
Nas
manifestações, em Lisboa, no Porto, e um pouco por todo o país, estava
representada uma maioria sofredora, todo um povo que se sente num beco
sem saída.
Um beco em que Cavaco, Guterres, Barroso e Sócrates nos
encurralaram. Passos Coelho prometeu que nos iria resgatar deste
atoleiro, mas apenas tem mantido o status quo, tornando-se assim
co-responsável por uma das piores fases da vida da história do país.
Esta é a geração mais espoliada nos seus rendimentos, que são
transferidos pelo sistema político para os cofres dos verdadeiros donos
do regime, bancos, construtores e promotores imobiliários. A política
abastardou-se e transformou o orçamento de estado no instrumento que
drena os recursos dos pobres para o bolso dos poderosos.
Nas
manifestações de sábado marcou presença todo o tipo de portugueses,
desesperados, revoltados ou deprimidos, injustiçados, letrados e
analfabetos, velhos e novos.
Encontrei mães aflitas que já não têm
comida para dar aos filhos, professores indignados porque os seus alunos
chegam à escola sem pequeno-almoço, reformados deprimidos porque não
têm dinheiro para passear, por via da redução das pensões, a par do
aumento do preço dos transportes. Também lá estava a classe média,
informada e culta, pois sente que a redução do seu poder de compra é em
vão. Sabe que abdica de férias, passeios e almoços apenas para manter
negócios criminosos como o das parcerias público-privadas.
Estavam
jovens sem futuro, idosos sem presente. Pais e avós amargurados.
Marcaram presença emigrantes, desde os que saíram para escapar à fome e à
miséria, até jovens qualificados que tiveram de deixar o país porque
não têm cá qualquer possibilidade de sucesso. Fartos de incompetência,
rumaram a paragens onde a sua carreira depende do currículo e não do
padrinho ou da filiação partidária.
Marginalizados da manifestação –
os verdadeiros marginais no sábado – foram os partidos, a classe
política, os sindicatos e todas as outras estruturas orgânicas do
regime. Não havia caciques, todos eram pares. Sentia-se no ar o espírito
de Grândola, "em cada esquina um amigo, em cada rosto igualdade".
«CM»
Enviado por um leitor
8 comentários:
É o verdadeiro retrato do país, só faltou a alusão aos boys e girls que constituem um verdº exército paralelo dos FP,pseudo-assessores que nadam fazem, mas que têm retribuições verdadeiramente obscenas.
Sr Dr Paulo Morais, peco-lhe que lidere um movimento nacional que se organize em formação política e que concorra às próximas eleições legislativas. A esmagadora maioria da população merece-o e o Sr é capaz.
Gostava de ver o movimento "que se lixe a troika" a concorrer a eleições e a apresentar como candidato o Coelho, mas o da Madeira.
Eu, que habitualmente não voto, teria desta forma um voto para mostrar toda a minha indignação com toda a classe política que se apropriou da democracia.
Acredito que na hora de votar não ficaria sozinho.
Seria um voto "tiririca", mas com um deputado que incomodaria bem mais os políticos instalados do que o palhaço brasileiro.
Com as manifestações, alguns até se riem.
São mantidas à distância e controladas e além da imagem negativa que dá, não afecta os governos e os partidos.
Continuam na mesma política, como se nada fosse.
Ter no centro de negociatas a que chamam Assembleia da República um deputado daqueles, seria tirar um verdadeiro coelho da cartola.
Se alguém desse movimento me ler, diga só onde devo ir assinar para legalizar a candidatura.
Gostei. E sou comunista e estive lá e gostei.Os que fizeram esta manifestação foram os que votaram neles e uma grande maioria dos que não votaram, de Alpiarça podiam-se contar pelos dedos que temos, menos de 20.Gostei, E sou comunista.
Parabéns Sr.Paulo Morais.O Sr.devia liderar um MOVIMENTO DE CIDADANIA para abanar estes NAPOLITANOS que nos roubam desde o 25 de Abril.
Ó " PATEGO" o 25 de Abril foi MORTO a 25 de Novembro de 1975, e tu sabes muito bem porque foram os teus amigos comandados pelo MÁRIO Só Ares quem o liquidou e depois disso o PSD, CDS até aos dias de hoje aliados á TROYKA.
Vá cá vais mais um para a lixeira.
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Vamos fazer um novo 25 de Abril eu estou convosco...Ressuscitar Abril é preciso, acabar com o privilégio do capital.
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