Água de confiança cobrada a preços diferentes

 Estudo da Deco mostra que tarifas variam consoante a região. Um consumidor de Vila do Conde paga, por ano, 187 euros a mais pela água do que um morador na Golegã.

 A água que corre das torneiras dos portugueses é de confiança, mas as assimetrias nos tarifários são evidentes. A conclusão é de um estudo da DECO que revela enormes diferenças entre o que se paga por um litro da mesma água, por exemplo, no norte do país ou na região do Vale do Tejo.
 Um consumidor de Vila do Conde paga, por ano, 187 euros a mais pela água do que um morador na Golegã. O exemplo é ilustrativo das assimetrias nas tarifas a pagar de norte a sul do país. 

A DECO fez as contas e apresenta os dois opostos da tabela num estudo a publicar na edição de Abril da revista Proteste, a propósito do dia mundial da água. Perante estes resultados, a associação de defesa do consumidor põe em dúvida a eficácia dos tarifários praticados em todo o país e defende uma harmonização dos escalões de consumo. 

Foram analisados os preços de água e saneamento de 110 municípios e, segundo o estudo, não só a maioria das entidades gestoras dos sistemas de água e saneamento não publica os respectivos tarifários, tal como manda a lei, como aumenta o tarifário de abastecimento. 

Os concelhos de Vila do Conde, Trofa, São João da Madeira e Santo Tirso lideram as subidas. 

Noutro plano, a qualidade da água está garantida em quase todos os municípios abrangidos por este estudo. Em 42, seis apresentaram pontos a melhorar nos padrões de análise. São eles Alfândega da Fé, Vila Pouca de Aguiar, Alpiarça, Castelo de Paiva, Cinfães e Valpaços. 

A DECO pede ainda aos consumidores que ajudem a combater o desperdício da água de rede. A associação alerta que cada gota perdida tem custos que podem aumentar as tarifas. E no final de contas, quem paga é o consumidor.

«RR»