Ministério Público abre inquérito a Otelo por sugerir
golpe militar
Otelo Saraiva
de Carvalho falou recentemente na possibilidade de haver um golpe militar, caso
fossem "ultrapassados os limites".
Fonte ligada ao
processo disse à Lusa que a abertura de um inquérito, que corre no Departamento
de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, foi determinada após um grupo
de cidadãos ter apresentado queixa sobre o que o "Capitão de Abril"
proferiu na entrevista.
Em declarações à
agência Lusa, a propósito de uma manifestação de militares que estava marcada
para dia 12 de novembro, Otelo Saraiva de Carvalho afirmou ser contra essas
manifestações, mas defendeu que, se fossem ultrapassados os limites, com perda
de mais direitos, a resposta poderia ser um golpe militar, que a concretizar-se
seria mais fácil do que em 1974.
"Para mim, a
manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma
operação militar e derrubar o Governo", defendeu Otelo num comentário à
"manifestação da família militar". "Não gosto de militares
fardados a manifestarem-se na rua. Os militares têm um poder e uma força e não
é em manifestações coletivas que devem pedir e exigir coisas", disse. Mas
disse compreender as suas razões e que considerava que as mesmas poderiam
conduzir a "um novo 25 de Abril".
"Os militares
têm a tendência para estabelecer um determinado limite à ac
tuação da classe
política". Esse limite, considerou, foi ultrapassado em 1974 e culminou
com a "revolução dos cravos". Actualmente, defendeu Otelo, Portugal
está "a atingir o limite", corroborando o que anteriormente dissera:
"Se soubesse o que sei hoje não teria possivelmente feito o 25 de
abril". O coronel na reserva acredita que há condições para os militares
tomarem o poder e vai mais longe: "bastam 800 homens".
Em comparação com o
golpe de 1974 - do qual afirma ser um "orgulhoso protagonista" -,
Otelo considera que um próximo seria até mais fácil, pois "há menos
quartéis, logo menos hipóteses de existirem inimigos" da revolução.
Questionado sobre a real possibilidade dos militares tomarem o poder, como há
37 anos, Otelo responde perentório: "Não tenho dúvida nenhuma que
sim". "Os militares têm sempre essa capacidade, porque têm armas. É o
último bastião do poder instituído", afirmou. "Estou convicto que, em
qualquer altura, se os militares estiverem dispostos a isso, podem avançar
sempre para uma tomada de poder", adiantou.
1 comentário:
Afinal tanto criticaram a Vanda Nunes por ter feito um boletim municipal com muitas fotografias dela e agora publicam um boletim com 4 paginas acerca da homenagem a Lima Fernandes em que o Presidente da Camara é referido mais vezes do que o proprio homenageado. As fotografias são mais que muitas, estupidamente identicas e em quase todas elas aparece o Presidente da Camara. A familia aparece numa ou duas fotografias e a propria imagem de Lima Fernandes raramente aparece.
Afinal são ainda piores do que a outra.
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