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sábado, 14 de janeiro de 2012

Furtos de cabos de cobre nas explorações agrícolas de Alpiarça. (Um grito angustiado de socorro)

De Mário Noronha, recebemos a seguinte carta:
"Exº Sr. Director do Jornal Alpiarcense
Caro amigo Centeio
Em primeiro, os meus cumprimentos e desejo de um bom ano de 2012.
Em anexo lhe envio um documento que fiz chegar a "O MIRANTE".
Se achar algo de interessante nele, disponha.
Um abraço
Mário Noronha Santos

Anexo:

Mário João Noronha dos Santos
Rua: Pedro alvares Cabral nº 158
2090-135 Alpiarça Carta aberta a:
Jornal O MIRANTE
Alpiarça 06 de Janeiro de 2012

Assunto: Furtos de cabos de cobre nas explorações agrícolas de Alpiarça. (Um grito angustiado de socorro).
Sr. Diretor:

Junto lhe envio alguma data que consegui obter, sobre o que se está a passar a nível de furtos de cabos de cobre nas nossas explorações agrícolas, os meus sinceros agradecimentos por poder contar com a vossa ajuda.
1º) Os criminosos utilizam carrinhas-todo-o-terreno (para lhes garantir a entrada e saída dos campos sem terem de ficar atascados). As mesmas geralmente pertencem às entidades recetoras do cobre roubado para que em caso de serem apanhadas no local dos crimes, possam ser de imediato dadas como roubadas e por conseguinte reavidas intactas, (os rastos das mesmas estão identificados nos nossos campos).
2º)Os ladrões, a grande maioria, está a viver do rendimento social de “inserção” e vivem em casas pagas, geralmente pelas autarquias ou por senhorios “gananciosos”. O roubo é apenas uma atividade radical que lhes proporciona grandes emoções, e serve para se manterem ativos e independentes, e ao mesmo tempo ainda podem angariar mais uns “cobres para ajudar nos seus orçamentos.
3º) Os ladrões estão todos já devidamente identificados pelas nossas autoridades.
4º) Quando apanhados pela GNR, são extremamente cordiais, confessam de imediato os roubos e até vão ao ponto de identificarem (no Google) com relativa exatidão, os locais onde os crimes foram praticados.
5º) Quando presentes em Tribunal os mesmos criminosos ainda saem mais rápido de lá, que os próprios agentes. (um completo desprezo pelas nossas forças de segurança e pelas vitimas destes criminosos). O posto da GNR de Alpiarça tinha dois agentes e foi recentemente reforçado para cerca de oito mas esta medida não irá servir de nada, se o problema não for atacado pela raiz. Para que serve, o criminoso ser apanhado depois do prejuízo já feito quando ele sabe que não sofre qualquer consequência pelos danos cometidos. (desta forma só se tivermos um agente em cada exploração, armado e de prevenção.
6º) As entidades recetoras (ferros-velhos), também estão devidamente identificados e referenciados pelas nossas forças de Segurança. Só que os mesmos não podem sofrer quaisquer danos, porque por “Lei” o produto dos roubos assim que entra no circuito, torna-se automaticamente legal.
7º) O valor comercial deste tipo de crimes que ascende a muitos milhões de euros é quase todo exportado como matéria-prima, (das nossas reservas mineiras) para Espanha, (para ser transformado de novo em cabos elétricos que nós voltaremos a ser obrigados a comprar) e representa para o nosso Estado um lucrativo negócio e uma ajuda generosa no equilíbrio da nossa balança de transações comerciais, com o exterior. Tudo isto à custa dos agricultores “gananciosos “que se esfarrapam a trabalhar de sol a sol, pagam os seus impostos, pagam os custos de produção (elevadíssimos) e ainda estão agora sujeitos a mais esta praga, com a cobertura total de quem nos devia proteger.
8º) Criou-se o programa “Ribatejo Seguro” o qual foi descontinuado em 2012, com o fim do Governo Civil, contudo a TMN decidiu cortar o sinal logo no mês de Dezembro, precisamente quando ocorreu a ultima leva de roubos nos campos, por conseguinte os sistemas não deram nenhum alerta. (cada sistema custava cerca de 700,00 euros).
Esta calamidade, os agricultores não a consegue suportar, eu, pessoalmente já fui roubado duas vezes no espaço de um mês, o prejuízo ascende a mais de 5.000,00 euros, fora a perda de uma cultura de ervilhas, que devia instalar agora no principio de 2012, e para a qual não tenho nem condições financeiras nem mentais para me aventurar a fazer sem que me seja dada uma garantia de que esta, situação calamitosa, que se abateu sobre nós, vai ser resolvida.
Resumindo:
O nosso Governo pede e exige que os nossos campos sejam cultivados (e tem todo o meu apoio).
Mas o que nós queremos não é exigir mas sim implorar ao nosso Governo ou a quem de direito simplesmente isto:
Enquanto o nosso Governo não conseguir por termo a este flagelo, devemos ter garantias de que o próprio Governo garante o pagamento dos danos causados pelos criminosos.
Os meus agradecimentos
Mário Noronha Santos"







2 comentários:

Anónimo disse...

Nao foi criada qualquer coisa sobre a segurança nos campos agriculas para que os agricultores ficassem ligados á GNR através de um sistema de GPS? Então e não faz parte desse Projecto a Ex-Governadora de Santarém, Dr.ª Sónia Sanfona? Será que esse projeto o pessoal que está inserido nele não recebe nada como salário?
Deixo aqui um memorando para que o pessoal pense onde se anda a gastar o dinheiro......

Anónimo disse...

Na verdade, o furto de cobre e de toda a espécie de bens é um flagelo a que ninguém parece pôr cobro. Com o agravar do desemprego e outros factores económicos a situação tende a agravar-se, conforme relatam as estatísticas.
Cabe aos governantes e população em geral a responsabilidade na resolução do problema.
Como? Aí está o cerne da questão.
Em minha modesta opinião,teremos todos de rever a forma como pensamos e agimos nos tempos de hoje. Com inteligência, cultura e empreendedorismo saudável.
O "xico-espertismo" e o facto de não olhar a meios para atingir os fins, terá de acabar, sob pena de se não o fizermos, estarmos eternamente condenados ao fracasso.
Como poderemos ter políticos sérios e honestos, à altura das suas responsabilidades,com amor à causa pública se, eles próprios emergem do seio de uma sociedade com vícios seculares de ganância e oportunismo fácil?
Somos um Povo, como muitos afirmam, de brandos costumes,hospitaleiro, trabalhador, confiante e tantos outros predicados que só nos ficam bem mas, permitam-me o desabafo, somos também um povo ingénuo e inculto que tem dificuldade em aprender com os próprios erros.
É claro que devo aqui ressalvar algumas raras e honrosas excepções que sempre existem em todas as situações mas, como se costuma dizer,é uma gota de água no oceano.
Sendo assim, estaremos sempre em crise que na opinião de muitos historiadores, já vem desde a fundação do nosso Reino Lusitano.

Haja paciência, paz e...que coza o forno.

F. Soares