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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O Governo tem um discurso para Bruxelas e um discurso para o país

Por: Tiago Leite *
O porta-voz do CDS-PP, Nuno Magalhães, criticou esta terça-feira as "contradições do Governo" sobre a reforma das leis laborais, questionando se não contribuirão para "os nervos" dos mercados.
"Temos um Primeiro-ministro que se tem queixado do nervosismo dos mercados. Mas com tantas contradições em apenas 15 dias, é caso para perguntar se os mercados não estarão à beira de um ataque de nervos", ironizou.
Nuno Magalhães considerou que a questão da reforma das leis laborais é "mais uma prova" de que o Governo "tem um discurso para Bruxelas e um discurso para o país".
Para o porta-voz dos centristas, o facto de o primeiro-ministro, José Sócrates, ter hoje admitido rever as leis do trabalho "é mais um episódio de uma novela de contradições dos últimos 15 dias".
Nuno Magalhães lembrou que no dia da aprovação do Orçamento do Estado para 2011, o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, garantia que não ia haver uma reforma laboral".
"No entanto, 48 horas depois, o comissário europeu dos Assuntos Económicos felicitava Portugal por um conjunto de reformas, incluindo a das leis laborais e no dia seguinte o gabinete do primeiro-ministro desmente o comissário europeu", disse.
Depois disso, assinalou, o gabinete do ministro das Finanças "remetia todas as reformas para o Orçamento do Estado, onde não existem quaisquer referências a reformas no emprego ou na economia".
Por último, acrescentou, a Ministra do Trabalho, Helena André, "fez uma declaração intrigante dizendo que não ia mexer nas leis laborais mas aprofundar o que existe para as tornar mais dinâmicas, como se uma lei fosse elástica".
* Presidente da Concelhia de Alpiarça do CDS-PP

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