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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Mau tempo: Portugal não dispõe de equipamentos que permitam prever a formação de tornados

Portugal não dispõe dos equipamentos necessários à deteção de tornados, pelo que, apesar do aviso lançado no dia 07 pelo Instituto de Meteorologia (IM), nada fazia prever a dimensão do fenómeno, disse fonte da proteção civil distrital de Santarém.
O chefe de gabinete da governadora civil de Santarém, Carlos Catalão disse à agência Lusa que o fenómeno que levou à formação de um tornado foi seguido pela proteção civil distrital desde que percebeu a sua aproximação ao território nacional, estando os meios preparados para a ocorrência de trovoadas, chuvas e ventos fortes.
“Normalmente este tipo de formações começa a dispersar e a perder força quando chega à zona de Montejunto, o que não aconteceu desta vez”, disse.
O facto de o distrito de Santarém estar a registar, desde 2006, pelo menos uma ocorrência do género por ano, exige que se pondere a instalação, “a curto prazo”, de equipamento que, mesmo que não seja tão sofisticado como os que nos Estados Unidos detetam a formação de tornados, permita prever a ocorrência de uma situação anormal com tempo suficiente para a tomada de medidas de prevenção, defendeu.
Segundo a agência Lusa, Carlos Catalão desvalorizou o facto de o aviso emitido pelo IM ter chegado ao sistema distrital cerca das 15h05, depois do tornado ter passado por Tomar e Ferreira do Zêzere, frisando que a proteção civil distrital recorre a vários meios, nomeadamente ao Site MeteoAbrantes, com o qual mantém uma colaboração regular.
“Fomos acompanhando o fenómeno pelos vários meios disponíveis, mas não tínhamos forma de prever a formação de um tornado”, frisou.
Segundo informação do IM, os concelhos de Tomar, Ferreira do Zêzere (distrito de Santarém) e Sertã (distrito de Castelo Branco) foram atingidos, no passado dia 07, por um tornado de nível 3 da escala de Fujita melhorada, com rajadas de vento entre os 218 e os 266 quilómetros por hora e duração de três segundos.
Segundo o IM, a categorização do tornado foi feita a partir da natureza e intensidade dos danos causados, que corresponde ao valor mais elevado nos diversos pontos avaliados ao longo do trajeto de destruição.
Os resultados preliminares indicam que o trajeto de destruição compreendeu uma extensão total de, pelo menos, 54 quilómetros, com uma largura compreendida entre os 150 e os 350 metros, adianta.
O IM adianta, na informação que tem disponível no site, que emitiu um alerta para a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) quando a formação detetada inicialmente a 180 quilómetros a sudoeste de Lisboa deu entrada em terra, ligeiramente a Norte do Cabo da Roca, cerca das 13h00.
Fonte da ANPC confirmou à Lusa ter recebido, às 13h45, informação da meteorologista de serviço sobre a aproximação ao território continental de uma depressão “com vários núcleos associados, podendo causar precipitação localmente forte e ventos que poderiam ultrapassar os 90 quilómetros”, tendo sido acionado o estado de alerta amarelo para todo o país.
A ANPC diz ainda ter difundido às 14h00 um comunicado técnico operacional aos comandos distritais de operações de socorro.
O tornado registou-se às 14h35 no concelho de Tomar, chegando às 15:09 à Sertã, depois de passar por Ferreira do Zêzere.
«Rádio Pernes»

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