Uma notável dirigente sindical disse-me um dia, meio a brincar, meio a sério, que uma parte importante da tarefa era “dar a volta” ao funcionário do Partido.
É assim em montes de sítios. Não é exclusividade do PCP nem das tarefas nos sindicatos.
Na companhia de Seguros onde trabalhei, por exemplo, também tive de arranjar forma de que ideias minhas aparecessem como ideias do meu chefe, para assim serem mais facilmente propostas ao Director. No final todos ganhávamos: A ideia era implementada, o meu chefe ficava bem visto junto do Director e eu bem visto junto do chefe.
Não conheço bem o que se passou, mas provavelmente, o inicio do fim da relação de Manuel Coelho com o PCP, após 35 anos de militância e 3 mandatos autárquicos foi precisamente por aí: O Presidente da Câmara deixou de conseguir “dar a volta” ao funcionário do Partido ou o funcionário, pela sua maneira de ser, o seu estilo de direcção, etc, passou a ser cada vez mais difícil de “dar a volta”.
Na minha opinião, também é por aqui que podemos explicar uma parte do recente divórcio entre Sá Fernandes e o BE.
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