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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

TRÊS PERGUNTAS SIMPLES

Por: Capoula Santos *

O PS-Évora aprovou recentemente em Congresso a sua estratégia politica de curto e médio prazos e uma nova e renovada equipa dirigente.
Foi um amplo e participado debate que decorreu ao longo de mais de 2 meses, envolveu todas as estruturas locais do distrito e extravasou para a sociedade civil.
Através dele a esquerda responsável apresentou sem ambiguidades a sua visão para o Alentejo, tendo por horizonte a próxima década.
A melhor demonstração de que a utopia é realizável quando se reúnem as condições politicas necessárias são os “sonhos impossíveis” idealizados pelos socialistas de Évora no início da passada década de 90, tais como o Hospital do Patrocínio, o Alqueva, a ligação a Espanha da A-6 ou a Barragem dos Minutos.
O recente congresso socialista de Viana do Alentejo renovou ambições, definiu novas utopias e apontou caminhos para as concretizar: Suster o declínio demográfico, retendo os jovens e estabilizando a população nos 500000 habitantes, elevar a média regional do PIB para além da média nacional e reduzir a taxa de desemprego para valores abaixo da média europeia.
Os novos “alquevas” do PS-Évora passaram a ser o novo Hospital Central, que deverá arrastar a futura Faculdade de Medicina da Universidade de Évora, e o TGV, que terá em Évora a única estação em território português para além, obviamente, de Lisboa.
São, sem dúvida, objectivos muito difíceis de alcançar tendo em conta os terríveis constrangimento financeiros impostos pela crise internacional, mas são também projectos geradores de emprego e de desenvolvimento necessários precisamente para a ultrapassar.
O novo Hospital representará um investimento de cerca de 120 milhões de euros até 2014/15 e o traçado Poceirão-Caia do TGV representará para o Estado, em quatro anos, cerca de outros 110 milhões. No entanto, estima-se que, no mesmo período, o projecto promova um retorno de 400 milhões em receitas de IVA, IRC e em poupanças geradas em subsídios de desemprego por força do emprego criado.
Segundo veio a publico esta semana na imprensa, o eventual cancelamento do TGV implicaria para o Estado, só em indemnizações, cerca de 890 milhões de euros, isto é, cerca de 2/3 dos custos totais do troço referido.
Alcançar estes objectivos implica também, para além de um poder central amigo do Alentejo, um novo impulso e uma nova dinâmica na Administração só possíveis com a Regionalização.
Eis o pensamento, a estratégia e o sentido da acção do PS-Évora para os próximos 10 a 15 anos.
Seria não só útil mas também uma elementar exigência democrática que os responsáveis regionais dos demais partidos com assento parlamentar dissessem com a mesma clareza o que pensam sobre três simples questões: 1) Calendário e financiamento do novo Hospital, 2) Avanço ou cancelamento do TGV e 3) Regionalização.
O Alentejo precisa de um verdadeiro e elevado debate político. Não de maledicência ou de partidarite.
O PS lançou o repto. Aguardam-se reacções dos demais actores políticos.
Post-scriptum: Para os mais entusiasmados com algumas sondagens chama-se a atenção para a vitória eleitoral do passado domingo dos socialistas gregos. Os tais que estão na chefia do governo que está a aplicar o mais duro plano de austeridade que se conhece.
* Eurodeputado do PS e colaborador deste jornal