Por: Ramiro Marques
Há muito que denuncio aqui a existência de uma conspiração contra os jovens. Essa conspiração é feita em nome dos interesses instalados e beneficia os instalados e encostados. É uma conspiração feita em nome da defesa do Estado Social (ista) e do monopólio estatal na prestação de certos serviços.
Há muito que denuncio aqui a existência de uma conspiração contra os jovens. Essa conspiração é feita em nome dos interesses instalados e beneficia os instalados e encostados. É uma conspiração feita em nome da defesa do Estado Social (ista) e do monopólio estatal na prestação de certos serviços.
Não há grupo profissional melhor instalado do que os médicos.
Não há um único caso de um jovem diplomado em Medicina que tenha dificuldade em encontrar trabalho. Não só não precisa de procurar trabalho como tem acesso imediato a um emprego no Serviço Nacional de Saúde para toda a vida e a uma carreira muito bem remunerada.
Os jovens que cursam Medicina são um caso completamente à parte no panorama da juventude estudantil portuguesa.
Não admira por isso que a Ordem dos Médicos, com o patrocínio dos sucessivos governantes do PSD e do PS, tenha feito tudo para impedir a existência de um verdadeiro mercado de estudo e de trabalho na área da Medicina. A Ordem dos Médicos tem conseguido manter os elevados privilégios dos estudantes e diplomados de Medicina mantendo artificialmente a escassez de jovens médicos.
E fá-lo há dezenas de anos, com a cumplicidade dos sucessivos governos, impedindo a abertura de cursos de Medicina por parte das Universidades privadas.
É justo que se diga que o ministro Mariano Gago procurou contrariar essa tendência pressionando as Universidades a aumentarem o número de vagas e criando cursos de Medicina na Universidade da Madeira e na Universidade dos Açores (ciclo básico de dois anos) e o curso de Medicina na Universidade do Algarve destinado a licenciados na área das Ciências da Saúde e da Biologia.
O malthusianismo no ensino da Medicina tem impedido milhares de jovens com médias de 17 e 18 valores de seguirem a profissão para a qual têm vocação e obrigado outros tantos a estudarem no estrangeiro.
O caso dos cursos de Medicina em Portugal é um exemplo paradigmático de como as políticas socialistas, centradas no monopólio do Estado na prestação de determinados serviços, constitui um enorme obstáculo à realização pessoal e profissional dos jovens.
Quem perde com isto são os portugueses em geral e os jovens em particular. Os primeiros porque têm de pagar mais pelos serviços de saúde do que pagariam caso a oferta de actos médicos fosse superior à procura desses serviços. Os segundos porque têm neste sistema mais um obstáculo à realização pessoal e profissional.
Portugal é - que eu saiba - o único país da União Europeia sem cursos privados de Medicina.
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