GNR sem meios para patrulhas
A falta de militares no Posto da GNR de Alpiarça impediu a deslocação de uma patrulha a um bar da vila, onde ocorreu uma violenta agressão ao porteiro. A vítima foi transportada em estado muito grave ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
O caso ocorreu na sexta-feira, 17, perto da meia-noite, quando o segurança foi encontrado inanimado num terreno junto à porta do bar Outra Vez Ilda, com marcas de agressões na cara e na cabeça.
Os bombeiros de Alpiarça deram o alerta à GNR local, que não compareceu no local porque "àquela hora não havia militares no posto para formar uma patrulha", disse ao CM fonte oficial do Comando Territorial da GNR de Santarém.
Segundo o tenente-coronel Joaquim Nunes, quando o guarda de serviço telefonou novamente a quem deu o alerta a perguntar se a vítima ainda estaria no local, foi-lhe dito que já tinha sido transportada ao hospital. "Logo, não foi enviada nenhuma patrulha", neste caso do posto de Almeirim, esclareceu o responsável. A GNR acabou por tomar conta da ocorrência já na segunda-feira de manhã.
Segundo conseguimos apurar, os presumíveis agressores já foram identificados. A vítima, de 36 anos, um oficial de Justiça que trabalha como segurança em part-time, regressou ontem a casa dos pais, em Alpiarça.
1 comentário:
Parece que nem os agentes de autoridade conhecem os seus deveres e obrigações.
Com a devida vénia transcrevemos aqui um excerto do semanáriol "O Mirante" a propósito da notícia do Segurança barbaramente agredido à porta de um Bar em Alpiarça noticiado em primeira mão pelo Jornal Alpiarcense:
"Segundo Filipe Martinho, familiar da vítima, como não havia qualquer acção da GNR ele e outros familiares dirigiram-se ao posto de Alpiarça no sábado à noite para pedirem explicações e apresentarem queixa. Mas, segundo conta, a queixa acabou por não ser formalizada porque os militares de serviço apenas aceitavam a queixa se fosse feita pelo agredido. Apesar de terem explicado que este estava internado no hospital e sem condições de se deslocar nem sequer de falar, foram informados que ele podia fazer a queixa até daqui a seis meses..."
Ora, como nos foi citado oportunamente pelo I. Quid Juris, em jeito de comentário e elevado a Post aqui no Jornal Alpiarcense e que nos merece todo o crédito:
""Crimes Públicos – são todos os crimes que não são crimes particulares ou crimes semi-públicos. No fundo, são aqueles que todos nós consideramos crimes muito graves, como o homicídio, a ofensa à integridade física grave, o furto qualificado, a receptação. Neste tipo de crime não é necessária a existência de uma queixa. Basta que o Ministério Público tome conhecimento da existência do crime, nomeadamente através dos órgãos policiais, para que a acção penal se desencadeie. Exemplificando: imaginemos um comerciante que, de manhã, ao chegar ao seu estabelecimento comercial, verifica que foi assaltada durante a noite, depois de lhe ter sido arrombada a porta. O normal será o comerciante chamar a polícia. A autoridade policial ao tomar conhecimento deverá lavrar Auto de Notícia, não necessitando o comerciante de exercer qualquer direito de queixa. A acção penal desencadeia-se pelo simples facto de o comerciante ter dado conhecimento do crime à autoridade policial."
É claro que para limpar a imagem deixada pelos agentes, é o senhor tenente-coronel que nos sossega:
(Continuando a citar “O Mirante”):
“Na segunda-feira à tarde, garante o tenente-coronel da GNR, já tinha sido feito o auto da ocorrência para enviar para o Ministério Público, a quem cabe agora dirigir as investigações…”
De facto para nós cidadãos comuns, estas coisas dão que pensar.
Ainda bem que vai aparecendo por aqui alguém capaz de nos informar gratuitamente, como funcionam as coisas, de modo a não nos comerem por estúpidos.
M.Ramos
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