.

.

.

.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

CDU critica “negócios ruinosos” de Moita Flores na Câmara

A venda de 49% da empresa municipal Águas de Santarém a um parceiro privado e o regulamento do estacionamento tarifado no centro histórico são criticados pela CDU como “negócios ruinosos que vão custar caro à população”.

“Não faltará muito para que sejam colocadas portagens nas entradas do planalto de Santarém”, criticou Francisco Madeira Lopes, numa conferência de imprensa, em que fez um balanço de um ano de mandato de Moita Flores na Câmara.

“Com esta maioria absoluta, o PSD não a mínima desculpa para não concretizar os seus compromissos eleitorais, e, no entanto, os grandes problemas do concelho não só continuam por resolver, como até se agravam, como é o caso da situação financeira da Câmara que tem aumentado a dívida em 8 milhões de euros por ano”, declarou Francisco Madeira Lopes. Acusa Moita Flores de não respeitar o Estatuto da Oposição. “Não responde às perguntas dos deputados da Assembleia Municipal, usa linguagem ofensiva que envergonha a Assembleia Municipal, e evidencia a incapacidade do sr. presidente da Câmara para uma vivência democrática e refugia-se na capacidade oratória para esconder a falência ou ausência das suas políticas”.

“Se existisse um vereador da CDU na Câmara as coisas poderiam ser bastante diferentes, teríamos outra capacidade de intervenção antes das propostas chegarem à Assembleia Municipal”, disse Francisco Madeira Lopes.

Sobre o novo regulamento para o estacionamento no centro histórico, José Luís Cabrita disse que “o processo nasceu torto”. Segundo o deputado municipal da CDU, “o processo da construção do parque de estacionamento subterrâneo concessionado, conjuntamente com o estacionamento à superfície do centro histórico, a um privado, em troca da construção do Jardim da Liberdade, constitui mais um erro do executivo camarário do Dr. Moita Flores, pelo qual os scalabitanos, residentes e trabalhadores no centro histórico, vão pagar caro”.

José Luís Cabrita declarou que “não se aumentou os lugares no centro histórico (antes pelo contrário) e, mais grave, tudo foi feito sem a mínima preocupação de criar alternativas sustentáveis, designadamente a nível do reforço dos transportes públicos na cidade e no concelho, fundamentais para que o cidadão possa optar por deixar o carro em casa”.

A CDU sublinhou ainda que “continua por explicar onde foram parar 300 dos 760 lugares previstos para o parque subterrâneo (que só tem 460 lugares), a troco dos quais a Câmara decidiu, sem concurso, oferecer a futura requalificação das traseiras do Seminário, por conta dos 3 milhões de euros que a empresa concessionária poupou na obra”.

José Marcelino disse que “a venda dos 49 por cento do capital da empresa municipal Águas de Santarém é o pior negócio que a Câmara já fez e irá onerar os munícipes durante 40 anos”. Pelas contas da CDU, “o parceiro privado vai receber 4 por cento sobre todas as receitas da Águas de Santarém, a troco de uma pretensa transferência de experiência na gestão da empresa municipal”. A este valor, acresce a remuneração mínima ao capital accionista do parceiro privado, tendo como referência a taxa de juro sem risco (obrigações do Tesouro a 10 anos), acrescida de um prémio de 7,68%, ficando a Câmara Municipal vinculada à obtenção de uma taxa interna de rentabilidade mínima de 11,4%.

“A Câmara obriga-se ainda, no caso destes rendimentos e taxas não serem atingidos, a rever as tarifas, isto é, mais uma vez seremos nós, os consumidores, a pagar a factura, mesmo que a culpa seja da má gestão da empresa”, disse José Marcelino.

A CDU desmente a afirmação de Moita Flores de que a o parceiro privado investe 50 milhões de euros na AdS. Pelas contas da CDU, “a cumprir-se o estudo económico, o parceiro privado, além de receber 4% do valor das receitas, receberá ainda em dividendos e no final do contrato um valor de 68,8 milhões de euros, em troca de um investimento de 15,3 milhões na compra dos 49% do capital da AdS. É um excelente negócio para o parceiro privado, mas desastroso para a Câmara e os munícipes .
«O Ribatejo»

Sem comentários: