“Por mais que injetem dinheiro na banca, tendo em conta as
quantidades de lixo tóxico que continuam a ter, e isto é a ponta do
iceberg, creio que é a mesma coisa que agarrar num jarro de água e ir
regar o deserto”, afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista, que falava aos jornalistas no Crato (Portalegre) à
margem da IX Assembleia da Organização Regional de Portalegre do PCP,
reagia ao acordo de ajuda europeia de até 100 mil milhões de euros à
banca espanhola.
“Isto revela até onde vai a crise do capitalismo e do próprio sistema
em que se enredou nas suas contradições, nos seus limites, porque esta
sangria desatada de dinheiro dos povos, dos países para sustentar a
banca e nunca resolvendo o problema, demonstra a profundidade dessa
crise”, acrescentou.
O líder comunista defendeu uma “rutura” com a política em curso, para que possa haver “desenvolvimento sustentado” na Europa.
“Não há, tanto em Espanha como em Portugal, como na Irlanda ou na
Grécia, sem uma rutura com este caminho para o desastre, os povos não
conseguem alcançar um processo de desenvolvimento sustentado, duradouro,
de progresso e justiça social”, disse.
O presidente do Governo espanhol afirmou hoje que o trabalho do
executivo nos últimos cinco meses evitou “a intervenção no reino de
Espanha” tendo, em vez disso, conseguido uma linha de crédito para o
sistema financeiro.
“Se não tivéssemos feito nestes cinco meses o que fizemos, o que se
teria colocado ontem [sábado] era a intervenção no reino de Espanha”,
disse Mariano Rajoy, referindo-se ao acordo alcançado com o Eurogrupo.
“Como levamos cinco meses a fazer os nossos deveres, o que se acordou
foi uma abertura de uma linha de crédito para o nosso sistema
financeiro. Uma linha de crédito europeia, para recuperar a solvência
das entidades financeiras e para conseguir crédito", disse o
responsável.
Mariano Rajoy falava aos jornalistas numa conferência de imprensa no
Palácio da Moncloa, menos de 24 horas depois de Espanha ter feito um
pedido formal de ajuda financeira externa para salvar o sistema bancário
do país, num programa que pode ascender a 100 mil milhões de euros.
«Lusa»
«Lusa»

Sem comentários:
Enviar um comentário