O artigo de Marta Rebelo na “Sábado” não poupa quase nenhum camarada. Mostrando-se desiludida, a ex-deputada socialista chama a Sócrates o "maior realizador e protagonista da era mediática da política nacional". Insatisfeita com os camaradas deixa o “recado” para quem ganhar as eleições “vai receber” uma “carga de trabalhos” e a “gestão da bancarrota”.
No entanto não deixa de elogiar a pequena corte: António Costa e Francisco Assis porque estes “não tem medo de levar tareia” como reconhece que José Sócrates se um dia cair vai “cair de pé”.
Não lhe escapa a crítica ao interior ao partido que representou na Assembleia da República para reconhecer que nem todas as vozes contrárias ao líder do partido perdem a palavra. Ana Gomes, uma voz incómoda para com a linha socrática, foi “enxotada” para a meia-noite e mesmo com o pavilhão vazio teve quase “tanto palco” como Sócrates”.
Quanto a Mário Soares, este dirigente e fundador do Partido Socialista, considerou que o Congresso de Matosinhos foi mais “um comício do que um congresso”.
Para Miguel Relvas, Secretário-geral do PSD e cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Santarém, o “diálogo é difícil com o Sócrates” mas se o PS fosse “liderado por António Costa, Francisco Assis ou António Seguro” talvez os problemas fossem resolvidos com mais facilidade para salientar que António José Seguro é “um dos políticos mais brilhantes”.
O desagrado para com o PS, entenda-se, para com Sócrates, é tanto que a actual liderança do Partido Socialista “não consegue falar com ninguém, está esgotada: já não consegue falar com o PCP, não fala com o Bloco de Esquerda, não fala com o PSD, não fala com o CDS, é uma liderança que é a imagem da crise do país”, enquanto “hoje o PSD fala à sua direita”.
Consequência do “5 de Junho” por causa da ambição louca pelo poder que corrói a linha socialista, reconhecendo-se-lhe que a tal “superioridade” como o silêncio quando são criticados.
Uma superioridade que penaliza os dirigentes pelas acusações de lhes são dirigidas mas que respondem com o “silêncio”.
Como disse Carlos Magno docente do ISCEM os “silêncios têm de ser interpretados politicamente”.
Resta é saber se não são penalizadores.
Por: António CenteioFontes:
«Jornal de Negócios»
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