Soares descreve Passos Coelho como uma “pessoa com quem se pode falar” e volta a criticar Cavaco Silva.
“Acho que [Passos Coelho] é uma pessoa com quem se pode falar e acho que é necessário falar com ele e, se possível, chegar a acordo (...) Acho-o uma pessoa bem-intencionada, embora, para meu gosto, demasiado neoliberal”, afirmou Mário Soares em entrevista ao jornal i, lamentando a difícil relação entre o líder do PSD e José Sócrates.
“Custa-me a compreender isso [falta de entendimento]. Tem talvez a ver também com o temperamento de cada um. Mas não quero entrar nesse domínio. Acho, simplesmente, que é preciso que eles se entendam, em virtude do supremo interesse nacional”, disse o histórico socialista, para quem a situação actual do País é “muito mais difícil do que no meu tempo”.
Soares recusa nomear os responsáveis pelo estado actual do País, mas diz que “o primeiro-ministro pediu o apoio do Fundo Europeu a tempo e horas”, que o chumbo do PEC IV “foi uma grande irresponsabilidade” e que “o Presidente da República devia ter intervindo e não o fez”. “Acho que agora seria a boa altura para exercer a tal magistratura de influência activa que prometeu”, declarou Soares, referindo-se à última campanha de Cavaco Silva.
A Europa é outro dos alvos das criticas de Mário Soares: “Onde iremos parar? Aos egoísmos nacionalistas do passado, responsáveis por duas grandes guerras mundiais?”. Para o fundador do PS, Bruxelas está hoje sem líderes à altura das circunstâncias, que trataram Grécia, Irlanda e Portugal com pouco respeito
«JN»
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