Estela Barbot |
A economista tece duras críticas aos responsáveis políticos portugueses.
Estela Barbot diz que o Estado Social não vai ser posto em causa com a presença do FMI em Portugal, porque o Estado Social já foi posto em causa pelas decisões do passado.
"Quando me dizem que é com o Fundo Monetário Internacional que o Estado Social vai ser posto em causa - não. Foi agora que o Estado Social foi posto em causa, pelas pessoas que resolveram fazer estádios de futebol - dez quando chegavam oito - e tantas autoestradas", frisou Estela Barbot, durante o debate "Portugal - Que Futuro?", que decorreu no auditório da Renascença.
"Era melhor gastar esse dinheiro a fazer um hospital novo, a dar pensões dignas aos reformados", acrescentou a economista.
Estela Barbot fez duras críticas aos responsáveis políticos portugueses, sem deixar de apontar que os actuais defensores do Estado Social foram os maiores responsáveis pelos "problemas estruturais" do país. "Temos de perder as ilusões. Com certeza que os tempos que vêm aí vão ser violentos", acrescentou.
O debate contou também com a participação do ex-juiz conselheiro do Tribunal de Contas, Carlos Moreno, que defende que o Estado tem de dar o exemplo no que toca a austeridade: "Temos, de uma vez por todas, de instaurar um clima de austeridade do sector público que seja perceptível pelos cidadãos", frisou.
Segundo o responsável, "talvez o país ande para a frente quando os decisores políticos", que estão fora da auditoria do Tribunal de Contas, "forem punidos" com multas pelas suas decisões. "A meia verdade conduz-nos a estarmos a pedir novamente ajuda à Europa daqui a três anos", alertou.
«DE»
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