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terça-feira, 16 de abril de 2013

IGF apresentou 68 queixas judiciais contra autarquias em 2012

  A Inspecção-Geral das Finanças (IGF) fez, no ano passado, 68 participações aos tribunais de indícios de ilícitos na actividade das autarquias.
De acordo com uma resposta enviada ao parlamento, a IGF adianta que houve 29 participações judiciais realizadas junto de tribunais administrativos e fiscais, “que correspondem, no essencial, a indícios de ilícitos de natureza administrativa, nas áreas de recursos humanos, ordenamento do território, urbanismo e contratação pública”. Para o Tribunal de Contas seguiram 32 participações por “provável ocorrência de indícios de ilícitos financeiros” em diversas áreas: de situação financeira municipal a recursos humanos. A IGF realizou ainda “sete participações aos tribunais judiciais, com especial incidência na existência de indícios de natureza penal”.
O balanço da actividade da IGF na fiscalização das autarquias surgiu em resposta a uma pergunta feita por deputados do CDS sobre os resultados desse trabalho de fiscalização que antes era da responsabilidade da extinta Inspecção-Geral da Administração Local (IGAL). Uma das dúvidas dos deputados resultou da alteração ao regime de publicação de relatórios de inspecção às câmaras que antes estavam disponíveis no site da IGAL. A interrupção da divulgação dos relatórios de inspecção às autarquias foi denunciada pelo jornal “Público” que fazia a ligação entre esta opção e a fusão do organismo, então tutelado pelo ministro Miguel Relvas, que tinha o pelouro da administração local, na IGF.
Na sua resposta, a Inspecção das Finanças informa sobre esta matéria que a política de publicação de relatórios de inspecção é igual para todos os sectores e lembra que segue um despacho de Dezembro de 2012 do ministro das Finanças, segundo o qual passa a ser disponibilizada uma “síntese detalhada dos resultados das suas intervenções, sejam elas na área autárquica ou noutras, permitindo o controlo social relativamente aos objectivos dessa intervenções”.
Até agora, e tanto quanto é visível, no site da IGF não está disponível nenhuma síntese de inspecção realizada a autarquias ou outras entidades públicas.
Apagão de relatórios A IGF revela ainda que não está prevista a republicação dos relatórios elaborados pela ex-IGAL.
Ainda sobre a inspecção às autarquias, a IGF recebeu ou tratou mais de 1000 denúncias desde a extinção da IGAL, mas não tinha dados sobre o número de queixas recebidas por esta entidade. As denúncias nem sempre são acompanhadas por dados suficientes para permitir uma análise técnica e jurídica. Em 2012 e 2013 nenhuma denúncia deu origem a qualquer sindicância, isto porque se entendeu que este tipo de intervenção inspectiva só se justifica se houver “uma enorme e muito diversificada quantidade de denúncias sobre a mesma entidade ou actor”.
A IGF recebeu 250 processos de inspecção da IGAL no início de 2011. Desde então foram iniciadas ou foi dada sequência a 139 intervenções em municípios, tendo sido concluídos até final do ano passado 50 processos.
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