O ano de 2012 ficou marcado por uma tendência
recente na economia. As famílias cortaram na despesa com bens
alimentares, contribuindo para o agravamento da recessão. É a primeira
vez que tal acontece na série anual divulgada pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE) relativa ao produto interno bruto (PIB).
As
estimativas oficiais preliminares, ontem divulgadas, confirmaram uma
recessão de 3,2% em 2012 e de 3,8% no último trimestre (pelo oitavo
trimestre consecutivo).
O INE refere que “a redução mais intensa
da procura interna foi determinada pelo comportamento do consumo privado
(despesas de consumo final das famílias e das instituições sem fim
lucrativo ao serviço das famílias), com uma diminuição de 5,6% em volume
(variação de -3,8% em 2011), o que se traduziu num contributo de -3,7
pontos percentuais para a variação do PIB".
"Esta evolução esteve
associada à diminuição mais acentuada das despesas em bens não
duradouros e serviços [onde estão os alimentos] e das despesas em bens
duradouros (taxas de variação de -3,9% e -23,0% em 2012 (-2,1% e -18,5%
no ano anterior), respetivamente”, acrescenta o instituto.
A
secção dos bens não duradouros não ofereceu, pois, o contributo negativo
maior, mas começou a refletir uma tendência recente que é fruto da
subida do desemprego e da perda de poder de compra de salários e
pensões, comprimidos pela subida “enorme” de impostos registada em 2012.
Segundo
o INE, a despesa com comida recuou 0,4% em 2012, para um total de 19,5
mil milhões de euros. Estes gastos representam cerca de 15% do consumo
final das famílias.
«DV»
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