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quinta-feira, 14 de março de 2013

Famílias cortam pela primeira vez na comida e agravam recessão

 O ano de 2012 ficou marcado por uma tendência recente na economia. As famílias cortaram na despesa com bens alimentares, contribuindo para o agravamento da recessão. É a primeira vez que tal acontece na série anual divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativa ao produto interno bruto (PIB).
As estimativas oficiais preliminares, ontem divulgadas, confirmaram uma recessão de 3,2% em 2012 e de 3,8% no último trimestre (pelo oitavo trimestre consecutivo).
O INE refere que “a redução mais intensa da procura interna foi determinada pelo comportamento do consumo privado (despesas de consumo final das famílias e das instituições sem fim lucrativo ao serviço das famílias), com uma diminuição de 5,6% em volume (variação de -3,8% em 2011), o que se traduziu num contributo de -3,7 pontos percentuais para a variação do PIB".
"Esta evolução esteve associada à diminuição mais acentuada das despesas em bens não duradouros e serviços [onde estão os alimentos] e das despesas em bens duradouros (taxas de variação de -3,9% e -23,0% em 2012 (-2,1% e -18,5% no ano anterior), respetivamente”, acrescenta o instituto.
A secção dos bens não duradouros não ofereceu, pois, o contributo negativo maior, mas começou a refletir uma tendência recente que é fruto da subida do desemprego e da perda de poder de compra de salários e pensões, comprimidos pela subida “enorme” de impostos registada em 2012.
Segundo o INE, a despesa com comida recuou 0,4% em 2012, para um total de 19,5 mil milhões de euros. Estes gastos representam cerca de 15% do consumo final das famílias.
«DV»

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