Por: Ramiro Marques |
Nunca pensei ser levado a equacionar este dilema: ficar quieto ou ir ao meu banco resgatar os depósitos? A cegueira e a teimosia de José Sócrates alimentam este dilema.
Tal como eu, muitos milhares de professores estão neste momento a fazer esta pergunta. O saque aos contribuintes e, em particular, aos professores e o ataque à classe média - foi isso que os PEC foram - trouxeram para o ordem do dia aquilo que todos temiam pudesse acontecer: a insolvência dos bancos e a bancarrota declarada do país.
Já faltou mais para que a classe média corra aos bancos a resgatar os depósitos. A irresponsabilidade criminosa do primeiro-ministro, a manter-se, pode precipitar multidões nessa via perigosa.
Tenho esperança de que os nossos parceiros europeus obriguem José Sócrates a regressar à realidade, abandonando, ainda que temporariamente, as vozes que se atropelam no interior da cabeça dele, forçando-o a tomar a única decisão que pode impedir a insolvência do Estado e dos bancos: o pedido de socorro financeiro.
Por enquanto, opto por ficar quieto. Mas, pelo sim e pelo não, vou colocar alguns euros de lado só para o caso de o Estado entrar em incumprimento de salários. Mas não esqueço que fui levado a este desespero porque o país está a ser governado por um louco. Perigoso.
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