O secretário-geral do PCP afirmou hoje que PS, PSD e CDS se preparam para “uma rendição sem condições” à União Europeia e FMI e avisou que são os portugueses que mandam no país “e não os estrangeiros”.
“Temos aí o que chamam a necessidade da ajuda externa. Ajuda, camaradas? Ajuda do FMI, ajuda da União Europeia? Importa saber em que condições”, defendeu o líder comunista, Jerónimo de Sousa, num almoço com apoiantes na Parede, Oeiras, para assinalar o 25 de Abril.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP afirmou que “a chamada ‘troika’, já se expressa como se fossem mandantes em Portugal” e deixou um aviso: “Nem pensem, porque quem manda em Portugal são os portugueses e não os estrangeiros, seja do FMI ou da União Europeia”.
Jerónimo de Sousa rejeitou a ideia de que Portugal se prepare para negociar as condições do apoio internacional, defendendo que “a União Europeia já determinou a matriz”.
“PS, PSD e CDS vão apenas assinar um tratado, uma rendição sem condições, independentemente dos problemas que vão trazer ao país”, sustentou.
Para o líder comunista, quando as instituições internacionais “procuram envolver os partidos, não é para negociar, mas para que se ajoelhem”, defendendo que UE e FMI preferem “ter PS, PSD e CDS juntos a assinar do que ter apenas o PS ou apenas o PSD, com ou sem o CDS”.
Mas, perguntou, “quem é que acredita que os três responsáveis principais da situação do país sejam a solução para encarar o futuro numa perspetiva de desenvolvimento, crescimento e justiça”, concluindo: “Três fraquezas juntas nunca fazem uma força”.
A ajuda externa, acrescentou, não vai resolver os problemas da economia nacional e vai colocar Portugal na dependência do estrangeiro.
Sobre o apoio, Jerónimo de Sousa questionou que “parte dessa verba é para atribuir diretamente aos beneficiários desta crise, a banca”.
O secretário-geral do PCP repudiou o que disse serem tentativas de reduzir a importância das eleições legislativas antecipadas de 05 de junho.
“Não querem que tenham alguma importância. Querem, com estas negociações com o estrangeiro, com os acordos previstos para maio na União Europeia, dizer aos portugueses: ‘votem como quiserem, que já decidimos por vocês’”, afirmou Jerónimo de Sousa, considerando que tal seria “profundamente ilegítimo, porque a Constituição da República afirma claramente que a soberania reside no povo”.
Por isso, avisou, “há que esperar pela palavra do povo e não colocar o povo português perante factos consumados ainda em maio”.
Jerónimo de Sousa reiterou que há alternativa ao recurso à ajuda externa, insistindo em propostas do PCP como a renegociação da dívida, a aposta na produção nacional e a diversificação das relações comerciais.
Lusa
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