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domingo, 17 de abril de 2011

FMI vai ficar 10 anos em Portugal

Portugal terá um prazo máximo de dez anos para pagar o pacote de ajuda financeira e durante três anos irá receber, pelo menos, duas visitas anuais das equipas do FMI para acompanhar a evolução das contas nacionais, segundo as regras dos fundos de auxílio do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE) a que o país irá recorrer.
O FMI dá ainda a opção de alargar a duração do plano de ajuda de três para quatro anos. O primeiro reembolso será feito em 2016.
O resgate português começou a ser desenhado esta semana, com a chegada a Lisboa das equipas da Comissão Europeia (CE), FMI e Banco Central Europeu (BCE), grupo conhecido como a troika. Nestes primeiros dias, fez-se apenas o levantamento das necessidades de financiamento da economia - do Estado à banca, passando pelas empresas públicas -, segundo adiantou fonte da CE ao SOL. Temas como a dimensão, duração ou contrapartidas só começam a ser discutidas a partir de segunda-feira, quando se iniciarem os encontros com o Governo e partidos políticos.
A ajuda a Portugal deverá oscilar entre 75 e 90 mil milhões de euros e será suportada pela UE (70%) e pelo FMI (30%), através do mesmo fundo que foi utilizado para a Irlanda, o Extended Fund Facitlity (EFF), destinado a Estados necessitados de reformas estruturais e sem acesso aos mercados financeiros.
Portugal deverá receber um programa de ajuda com um juro entre 4% e 4,5% e um prazo de pagamento de 7,5 anos, de acordo com as estimativas médias dos analistas contactados pelo SOL (BNP Paribas, Royal Bank of Scotland, XTB e IMF).
As condições acordadas não deverão diferenciar-se muito das impostas à Grécia ou à Irlanda, sendo muito pouco provável que Portugal receba um pacote mais ligeiro. Atenas paga um juro de 4,2% a 7,5 anos e Dublin de 5,8% a 7,5 anos. Os analistas frisam que só um intervalo entre 4% e 4,5% é sustentável para a economia portuguesa. «Um juro acima de 5% é mais um problema que uma solução», diz Filipe Garcia, da IMF.
Para aceder a melhores condições de auxílio, porém, a unidade política será factor-chave nas negociações. «Pela nossa experiência, quanto maior cooperação um país mostrar nas negociações, mais barato ficará o pacote de ajuda», refere ao SOL Thibault Mercier, economista responsável pelo países periféricos da Zona Euro do BNP Paribas. «Está tudo dependente da vontade e capacidade que os responsáveis portugueses demonstrarem para a implementação das medidas impostas pelo FMI e UE», diz.
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content

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