Por Ramiro Marques |
Parece que os alemães querem obrigar os gregos a viverem...como alemães.
Queixam-se os primeiros que os segundos preferem as esplanadas e as praias às longas horas de trabalho. E, ao contrário dos alemães, que trabalham até aos 65 anos de idade, os gregos habituaram-se a ir para reforma, com direito a ela por inteiro, antes dos 55 anos.
Os alemães, cansados de verem os gregos a comportarem-se como ricos aristocratas, impuseram-lhes um duro plano de austeridade em troca de um resgate financeiro superior a 100 mil milhões de euros.
Apesar do resgate e dos cortes nos salários e nas pensões, os gregos continuam a preferir as esplanadas às longas horas diárias enfiados num escritório.Os alemãs esquecem que a Grécia é herdeira da Hélade e de uma civilização que valora o ócio e o hedonismo. Nem Platão nem Aristóteles davam grande importância ao trabalho. Ao ócio, sim. E foi com o ócio que nasceu a Filosofia e a Matemática.
Como é que a contradição entre uma cultura que tem o trabalho e a produtividade no seu centro e uma civilização que valora o ócio podem coexistir e integrar a mesma moeda: o euro?
Onde está Grécia ponha Portugal e a conclusão é a mesma.
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