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domingo, 13 de março de 2011

Resposta a um comentador

Meu caro senhor, permita-me discordar redondamente

Em Alpiarça somos todos agricultores, pois todos temos alguém na família que faz agricultura e nem o PS nem ninguém considera os agricultores como pessoas de segunda. Gostava apenas de relembrar que quando entramos na CEE e negociamos os Fundos Europeus para o desenvolvimento de Portugal o governo da altura presidido pelo Prof Cavaco Silva decidiu apostar na construção de estradas e pontes e outras formas de comunicações, bem como no desenvolvimento do sector industrial e de serviços, em detrimento da agricultura e pescas. Foi o modelo de desenvolvimento escolhido na altura e aplaudido por muitos. Infelizmente os agricultores franceses e espanhóis estavam melhor preparados para alimentar a Europa e ficaram com as respectivas quotas produtivas.
Relativamente ao vinho este afigura-se como um sector dinâmico com projecção mundial, o que acontece é que não temos gestores a altura para incutir nas empresas e cooperativas a dinâmica necessária e a cooperação com os cooperantes necessária ao desenvolvimento de projectos empresariais no sector do vinho.
Não existe um projecto integrado ou concertação de produtores para que se criem condições para desenvolver projectos estruturantes no sector do vinho no Ribatejo e em particular no concelho.
Existem centenas de hectares de vinha nas charnecas, algumas ainda no campo e não me parece que um modelo de negócio semelhante ao desenvolvido pelas Casas Alentejanas, Casas do Douro e outras, no qual compram uva fora da sua região para nas suas adegas produzirem os respectivos nectares, fosse algo desajustado a um projecto para o vinho em Alpiarça.
Ninguém tem culpa pelo desaparecimento do vinho e da vinha em Alpiarça, e muito menos o Partido Comunista, mas a partir do momento em que assume as rédeas do concelho tem a responsabilidade de dinamizar, manter ou não destruir o que temos neste sector.
Quem afirma que a agricultura está decadente deveria olhar melhor à sua volta. Concordo até que determinada forma de fazer agricultura está à 20 anos em decadência. Mas a verdade é que quem trabalha a sério a agricultura, quem investiu em meios mecânicos e tecnologia tem retornos interessantes.
A Agro-industria veio dinamizar o sector e actualmente vemos os campos cultivados com diferentes tipos de culturas conforme a estação.
Sem o vinho como sector de referência para Alpiarça, resta-nos o melão e a melancia.
O Festival do Melão foi uma festarola porque o executivo assim o projectou. Quando a oposição questionou que resultados foram obtidos com o Festival festarola como o diz, imediatamente se levantaram vozes a afirmar que a oposição estava contra o dito festival. Na verdade o que a oposição estava a tentar perceber era se existia alguma visão mais concreta sobre o Projecto Melão em Alpiarça, se existia um projecto mais alargado e concreto sobre o que pretende fazer do Melão em Alpiarça.
O que se ouviu na resposta foi que os resultados tinham sido fracos.
Na minha opinião fazer festas ou festarolas não será o mesmo que desenvolver um projecto integrado para o Melão em Alpiarça. Quanto muito um festival comemorativo de um projecto de projecção do Melão Made In Alpiarça - Aqui fica a dica!
O mesmo se aplica à feira agricola Alpiarça, que ainda hoje a oposição aguarda pacientemente os prometidos números sobre visitantes, receitas e custos da última feira de Alpiagra. Mais uma vez se constatou que se fazem festarolas e não Eventos de Projecção do que melhor se Faz na Terra.
É curioso como a escuridão para uns é a luz para outros, e desculpe-me a audácia mas acho que devia mudar as suas lentes.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro comentador, pelo seu texto presumo (admito que, eventualmente, possa estar enganado)que está ligado ao MAR/PS. Mas mesmo que não esteja, faça um exercicio de memória e veja lá se sabe de onde extraí a frase que passo a transcrever;

" É chegada a hora, então, de partir para a mudança, esgotados que estão a agricultura local, familiar e os campos, valorizando a capacidade da zona industrial"

Se não souber, eu depois digo-lhe.

Anónimo disse...

Meu caro amigo, não seja sempre o primeiro à atirar a primeira pedra.

As verdades que tomamos hoje como absolutas podem muito bem ser incorrectas quando se mudam as circunstâncias. E no que toca a afirmações ou ideias sobre determinados temas cada pessoa é livre de pensar e dizer o que pensa sobre determinado assunto e até, veja lá, mudar de opinião.

O próprio executivo da CDU já mudou tanta vez de opinião durante este ultimos quase dois anos.

Mudou de opinião quanto às Águas de Portugal, que enquanto oposição sempre se mostrou contra a passagem das águas para o controlo das Águas do Ribatejo

Mudou de opinião quando votou as taxas contributivas de IRS pelo escalão máximo inviabilizando uma certa competitividade fiscal das empresas sediadas ou com intenções de se sediarem em Alpiarça (a chamusca é mais atractiva neste ponto). Quando estava na oposição mostrou-se contra e a favor da população. Quando assumiu o poder, seguiu a mesma política do anterior executivo.

Arrisco dizer que em três anos a agricultura ganhou protagonismo, muito derivado das condições internacionais, globalização e continuo crescimento do mercado asiático. Não que tudo isto acontecesse em três anos, mas que certamente demorou o seu tempo até se consolidar numa Procura maior que a Oforte e consequentemente num aumento de preços e melhores condições para os agricultores.

E tudo pode voltar a mudar, porque não? Mas quer seja na Industria ou quer seja na Agricultura quem se posiciona correctamente no mercado terá o seu espaço competitivo, numa economia que é cada vez mais global.

A pergunta que se impõe é: Que projecto tem o executivo para alicerçar os pequenos e médios agrucultores de Alpiarça?

Serão as festas do carril?

e mais não digo

Cumprimentos