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As exportações do setor hortofrutícola rondam os 770 milhões de euros por ano, um valor superior ao do vinho, disse à Lusa o presidente da associação para a promoção internacional das frutas, legumes e flores, Portugal Fresh
"O nosso volume de negócios atinge os 2.300 milhões de euros e exportamos 770 milhões de euros. Isto é superior ao que o setor do vinho exporta, mas como não estamos perante um produto que se diferencia em termos de marcas torna-se mais difícil passar esta mensagem", afirmou Manuel Évora, considerando que o setor tem sido pouco valorizado.
"Fala-se de alta tecnologia, de Magalhães, de energias renováveis e de produção de automóveis, mas gostava de pôr na ordem do dia o orgulho de se falar do agro-alimentar e especificamente das frutas e legumes, um setor que se diferencia em termos de sabor e atração para os sentidos", sublinhou este responsável.
O principal destino das exportações do setor horto-frutícola continua a ser a Europa, mas a crise tem afetado os mercados europeus e reflete-se a nível do retorno financeiro para as empresas portuguesas.
Por isso, "mais do que nunca, é preciso ir à procura de mercados com economias emergentes, com economias em crescimento e que nos possam valorizar como o mercado asiático e o da América Latina", frisou Manuel Évora.
O Brasil, para onde já são exportadas pêra-rocha, ameixas, nectarinas e pêssegos, é um mercado óbvio devido à "proximidade da língua e ao histórico das trocas comerciais", mas há outras oportunidades a surgir como a Costa Rica, Colômbia ou Venezuela, países "que estão hoje recetores de bons produtos que se produzem na Europa".
O presidente da Portugal Fresh salientou também o potencial do Médio Oriente que, graças à capacidade de compra resultante do petróleo, tem proporcionado bons negócios a países que concorrem com Portugal
"A Argentina e o Chile produzem quase os mesmos produtos que nós, mas em épocas completamente distintas. Estes países sempre olharam para a Europa em termos de exportação e hoje exportam para países como a Índia, China ou Tailândia. Temos de ter o mesmo engenho, a mesma arte e a mesma sabedoria de transportar os produtos a longas distâncias", apelou Manuel Évora.
De acordo com o empresário, os produtores sul-americanos "detêm uma tecnologia pós-colheita absolutamente apurada" para que os produtos cheguem ao seu destino final em perfeitas condições de conservação, algo em que Portugal deve investir para explorar também mercados longínquos.
"Temos muito bons técnicos e temos de insistir neste saber científico", destacou.
«Lusa»
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